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    Márcia Tiburi: luta ecofeminista é a saída para a crise do capitalismo

    A filósofa e escritora defende o ecofeminismo como forma de superar o patriarcado

    (Foto: Acervo pessoal)
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    247 – Em entrevista concedida ao canal Brasil de Fato, a filósofa e escritora Márcia Tiburi abordou questões centrais do seu novo livro O Mundo em Disputa e fez uma análise profunda sobre as distopias que marcam o cenário atual. Segundo Tiburi, o debate sobre distopias e utopias tem ganhado força nos últimos anos, mas é necessário avançar para além das narrativas pessimistas, propondo alternativas concretas para um outro mundo possível. “A tarefa do pensamento reflexivo é propor caminhos, e para mim, isso significa fazer uma filosofia do futuro”, afirmou.

    Tiburi, que tem uma longa trajetória como professora de filosofia e escritora, destacou a importância do ecofeminismo como resposta à crise multifacetada que a sociedade enfrenta atualmente. Segundo ela, "o ecofeminismo é uma luta pelos direitos das mulheres junto com o direito da natureza", explicando que essa abordagem política e social integra os problemas ambientais com as opressões de gênero e raça, enxergando-os como partes de um mesmo sistema de exploração.

    A entrevista é uma oportunidade para refletir sobre o cenário atual, marcado pelo avanço de ideias conservadoras e pela crescente desigualdade social. Ao falar sobre as cenas cotidianas de uma sociedade distópica, Tiburi destacou a contradição entre a ostentação do luxo e o aumento alarmante da população em situação de rua. “Em São Paulo, por exemplo, você vê hotéis de luxo, e logo na porta, pessoas que não têm onde tomar banho ou o que comer. Isso é uma distopia”, disse a filósofa.

    A crise do neoliberalismo e o delírio capitalista

    Márcia Tiburi chamou a atenção para o que define como "o delírio do capitalismo", um sistema que foi naturalizado mesmo diante de sua evidente falência social. Ela explicou que esse delírio envolve a crença de que o patriarcado, o racismo e o capitalismo são inevitáveis, e criticou a aceitação passiva dessas estruturas pela sociedade. “O que o capitalismo oferece para as pessoas é sofrimento, desgraça, morte, tristeza e fome, e isso foi naturalizado como o melhor dos mundos possíveis”, disse.

    Ao longo da entrevista, a filósofa também tocou em pontos delicados, como a relação entre o patriarcado e a gestão política. Ela argumentou que figuras políticas masculinas, mesmo incompetentes, permanecem no poder porque são "mestres no governo das mentes", manipulando a população por meio de discursos que mantêm o status quo. "O patriarcado é uma máquina que governa as pessoas pelo medo e pelo controle mental", afirmou Tiburi. Assista: 

     

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