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    Marcos Coimbra: debate e horário eleitoral não fazem a menor diferença nas pesquisas hoje

    “O próprio sistema político neutralizou os efeitos. A cada eleição foi se perdendo tamanho e capacidade de se informar eleitor”, diz sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

    Marcos Coimbra, Lula e Bolsonaro (Foto: Reprodução | Ricardo Stuckert | Reuters)

    247 - Em entrevista à TV 247, o presidente do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, contestou o real poder de influência que os debates e o horário eleitoral têm no resultado das eleições. De acordo com o sociólogo, "em lugar nenhum do mundo debate resolve a eleição. Há ampla evidência internacional que mostra que as pessoas que assistem a esse tipo de debate são as que se interessam pelo assunto e exatamente por isso chegam lá decididas."

    Coimbra avaliou que o sistema político brasileiro neutralizou os efeitos das mídias tradicionais. "A cada eleição foi se perdendo tamanho e capacidade de se informar o eleitor. Seria muito melhor se não fosse dessa forma. Chega a ser ridículo que nós tenhamos desenvolvido uma cultura política tão avessa, tão hostil à informação do eleitor. Nos Estados Unidos os debates entre os candidatos começam a quatro meses das eleições. Existe até uma espécie de, sei lá, conspiração silenciosa para diminuir o acesso do eleitor à informação."

    Na visão do estudioso, o reduzido período de campanha midiática reduz as chances de transmitir ao povo informações suficientes sobre os candidatos: "Na televisão, vamos ter uma eleição que vai durar 30 dias, e os candidatos pouco mais de três minutos. Tem sentido isso? É tão limitada que os candidatos mais destacados vão ter 5 minutos. Não há tempo para apresentar os programas de governo, elaborados pelas equipes com antecedência. O fato é que as pessoas vão chegar no dia 2 de outubro sabendo de Lula o que elas sabem hoje. Sabendo de Bolsonaro o que elas sabem hoje."

    "Esquece esse negócio de horário eleitoral e debate, para mim não vai fazer a menor diferença [nas pesquisas]. E não é porque em si seja uma coisa inútil. É porque elas foram transformadas em coisas inúteis", concluiu.

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