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“Não cabe a um país questionar o resultado eleitoral de outro país, se não há uma denúncia concreta”, diz José Genoíno

Ex-presidente do PT critica questionamento de resultados eleitorais na Venezuela

(Foto: REUTERS | ABR)

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247 - O ex-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoino, participou do programa "Conversa de Política" da TV 247, onde comentou sobre a atual situação política na Venezuela e a contestação dos resultados eleitorais pela oposição e a cautela de outros países sobre o reconhecimento das eleições.

"A oposição venezuelana não aceita o resultado proclamado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Um Estado soberano tem seus mecanismos de estado, que proclama o resultado das eleições", afirmou Genoino. Ele ressaltou que não aceitar resultados proclamados sem provas concretas pode estimular ações golpistas e violentas, gerando caos.

Genoíno criticou a postura de questionamento sem evidências: "Se cai na moda não aceitar resultado de eleições proclamado pelo estado soberano, se cai na moda levantar suspeitas sem uma prova concreta sobre resultados de eleições, aí vamos ter um estímulo a ações golpistas, ações violentas e caos."

O ex-presidente do PT também comentou sobre a complexidade da situação venezuelana, destacando a resistência do país ao imperialismo americano e os desafios enfrentados: "Primeiro, a Venezuela ousou desafiar o imperialismo americano há 20 anos atrás com a eleição de Hugo Chávez, resolveu ter autonomia sobre os recursos naturais e em particular o petróleo, resolveu ter uma integração regional na América do Sul, resolveu colocar os recursos do petróleo, que é a principal fonte de riqueza, a serviço da melhoria da qualidade de vida da população. A Venezuela, neste período de mais de 20 anos, passou por várias tentativas de golpe, várias tentativas de bloqueios e várias tentativas de sanções, sanções que envolvem bilhões da Venezuela, bloqueados pelos EUA, que não têm autoridade para realizar isso."

Sobre as recentes eleições na Venezuela, Genoíno mencionou o acordo de Barbados e a inelegibilidade de María Corina Machado: "Esta eleição foi precedida pelo acordo de Barbados, e nesse acordo que está sendo tão falado, está se omitindo uma coisa, diz lá no acordo que aceitarão como legítimas todas as candidaturas que cumprem a legislação venezuelana, e a Maria Corina não cumpria a legislação venezuelana, pois tinha processos de inelegibilidade por conta de participações em tentativas de golpes de estado."

Ele enfatizou que questionar resultados eleitorais sem provas concretas é inaceitável: "Não cabe a um país questionar o resultado eleitoral se não há uma denúncia concreta e até agora não tem denúncia concreta. Eu acho que a cautela do governo brasileiro é exagerada. É uma ambiguidade desnecessária. Se o órgão nacional proclama, o governo tem que aceitar a proclamação."

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