"Não creio que Tarcísio trocará a eleição em São Paulo por um confronto com Lula em 2026", diz Altman
Editor do Opera Mundi afirma que a ala "moderada" do bolsonarismo vem tentando se consolidar, mas ainda é um ensaio apenas
247 – Em entrevista ao programa Bom Dia 247, o jornalista Breno Altman, editor do Opera Mundi, analisou o cenário político atual e as movimentações dentro da direita brasileira. "A direita liberal está mais próxima da extrema-direita do que da esquerda. Mas ela precisa derrotar o Bolsonaro. Enquanto Bolsonaro for a figura dominante, a direita tradicional não terá protagonismo", afirmou Altman.
Ele destacou a candidatura de Ricardo Nunes à reeleição para a prefeitura de São Paulo, em aliança com o governador Tarcísio de Freitas, como um movimento estratégico. "A candidatura de Ricardo Nunes, em aliança com Tarcísio de Freitas, que representa a ala moderada do bolsonarismo, é um ensaio para 2026", disse. No entanto, Altman expressou ceticismo quanto às ambições presidenciais de Tarcísio. "Tenho dúvidas de que Tarcísio trocará uma reeleição praticamente certa em São Paulo por um confronto direto com o presidente Lula."
Cenários para 2026
Altman ressalta que o sucesso ou fracasso de Nunes nas urnas terá implicações diretas nas ambições políticas de Tarcísio de Freitas. Se Nunes vencer, Tarcísio se consolida como o herdeiro do bolsonarismo para 2026. Se Marçal vencer, o governador possivelmente deixa a disputa presidencial e vai para a reeleição a governador. O voto do paulistano decide o futuro de Tarcísio.
As pesquisas mais recentes mostram cenários variados. A Quaest aponta Nunes com 24%, Marçal com 23% e Guilherme Boulos com 21%. Já o Datafolha indica Nunes com 27%, Boulos com 25% e Marçal com 19%. Essas diferenças podem ser atribuídas aos períodos de coleta dos dados e aos eventos políticos recentes, como as tensões entre Marçal, Bolsonaro e líderes evangélicos.
Desafios para a direita tradicional
Segundo Altman, a direita liberal enfrenta o desafio de se desvencilhar da sombra de Bolsonaro para recuperar protagonismo político. "Enquanto Bolsonaro for a figura dominante, a direita tradicional não terá protagonismo", afirmou. Ele acredita que a ala moderada do bolsonarismo, representada por Tarcísio, está tentando se consolidar, mas ainda é um movimento inicial. "É um ensaio apenas", concluiu.
A possibilidade de Tarcísio enfrentar Lula em 2026 é vista com cautela por Altman. "Tenho dúvidas de que Tarcísio trocará uma reeleição praticamente certa em São Paulo por um confronto direto com o presidente Lula", disse. Essa avaliação leva em conta a força política do atual presidente e o cenário nacional, que pode não ser favorável a um candidato da direita moderada.
Conclusão
O cenário político em São Paulo é um microcosmo das disputas e rearranjos na direita brasileira. A aliança entre Ricardo Nunes e Tarcísio de Freitas representa uma tentativa de reposicionamento político, enquanto figuras como Bolsonaro e Marçal movimentam-se em busca de espaço e influência. Analistas como Breno Altman observam essas dinâmicas com atenção, apontando os desafios e possibilidades que se desenham para as próximas eleições. Assista:
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