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    "Não sabemos quantificar quanto perdemos, vamos ter que reconstruir também nosso lado emocional”, diz dirigente do MST no RS

    Comunidade dos assentamentos enfrenta desafios logísticos e emocionais após as enchentes no RS

    (Foto: Divulgação | REUTERS/Renan Mattos | Arquivo pessoal)

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    247 - Em entrevista concedida ao Boa Noite 247, Mauricio Roman, Dirigente Nacional do MST no Rio Grande do Sul e advogado sócio do escritório MDRR em Porto Alegre, além de membro da RENAP-Rede Nacional dos Advogados Populares, expressou preocupações e planos diante das recentes adversidades enfrentadas pela comunidade dos assentamentos na região metropolitana.

    "Temos hoje aqui na região metropolitana 420 famílias de assentados, desalojadas nos nossos assentamentos", afirmou Roman. "Estamos falando de companheiros que têm história de 10, 15, 20 anos de assentamento. A gente fez essa primeira mobilização de retirada, tomamos como definição política arrecadar dinheiro porque estamos montando uma cozinha solidária."

    Roman detalhou os esforços em andamento para fornecer assistência às famílias afetadas: "A gente combinou hoje à tarde com o pessoal da defesa civil fazer o almoço, em torno de 3 a 4000 marmitas em Viamão, em uma comunidade. O helicóptero da defesa civil vai buscar essa alimentação."

    Contudo, as preocupações vão além do aspecto logístico e imediato da crise. Roman ressaltou as dificuldades enfrentadas pela comunidade em Eldorado do Sul, onde a recuperação pode ser prolongada: "Em Eldorado do Sul, região metropolitana de Porto Alegre, vai levar de 10 a 15 dias pra baixar, então no momento que essa água baixar, nós vamos ter que fazer um mutirão de limpeza na nossa cooperativa que foi afetada."

    Sobre os danos materiais, Roman lamentou a perda do estoque de grãos, destacando a incerteza sobre o tamanho do prejuízo: "Nós perdemos o estoque de grãos, não sabemos quantificar quanto perdemos." No entanto, ele ressaltou que as perdas vão além do material: "E também essas famílias assentadas que vão retornar para as casas delas, foram todas alagadas, então não temos noção nem a dimensão desse estrago."

    Roman enfatizou a complexidade da reconstrução: "Ao voltarem, terão que reconstruir, que não é só a estrutura da casa, mas também o emocional de voltar para casa." Essa dimensão emocional, muitas vezes negligenciada, representa um desafio significativo para a comunidade afetada, exigindo apoio e solidariedade a longo prazo.

    A entrevista de Mauricio Roman fala das dificuldades enfrentadas pela comunidade dos assentamentos diante da recente crise, destacando a importância de uma resposta coordenada e compassiva para lidar com as necessidades imediatas e de longo prazo.

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