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"Netanyahu vendeu seu genocídio como um tratamento de beleza", diz Pepe Escobar

Correspondente internacional afirma que os aplausos a Benjamin Netanyahu no congresso americano foram ultrajantes

(Foto: REUTERS/Kevin Mohatt | Brasil247)

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247 – Em uma entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, o correspondente internacional Pepe Escobar criticou duramente a recepção calorosa de Benjamin Netanyahu no Congresso dos Estados Unidos. Escobar descreveu os aplausos ao primeiro-ministro israelense, tanto por republicanos quanto por democratas, como um ato ultrajante que desperta um misto de revolta e impotência.

"Os aplausos ao genocida Netanyahu, por parte de republicanos e democratas, despertam um misto de revolta e impotência", afirmou Escobar. Ele destacou que Netanyahu conseguiu vender seu genocídio em Gaza como se fosse um "tratamento de beleza", contando mentiras estapafúrdias durante seu discurso. "Netanyahu vendeu o genocídio como um tratamento de beleza. Contou mentiras estapafúrdias. Houve 58 aplausos de pé."

Escobar foi além, afirmando que os Estados Unidos assumiram a autoria do genocídio em Gaza ao endossar as ações de Netanyahu de forma tão entusiástica. "E os Estados Unidos assumiram a autoria do genocídio", disse ele. Para Escobar, a relação entre Estados Unidos e Israel é simbiótica, um círculo em que ambos se retroalimentam através de guerras eternas e expansão constante. "A relação Estados Unidos-Israel se dá em duas mãos. É um círculo. Os dois se retroalimentam: guerras eternas, expansão eterna."

No entanto, Escobar apontou que tanto os Estados Unidos quanto Israel estão encurralados devido à existência de um contrapoder global liderado por Rússia e China. Ele mencionou ainda que, recentemente, 14 facções palestinas assinaram um acordo de paz na China, destacando o papel crescente do país asiático na busca por soluções no Oriente Médio. Escobar criticou também a União Europeia, que, segundo ele, apoia totalmente o genocídio em Gaza. Ele concluiu sua análise dizendo que o mundo se divide atualmente entre aqueles que apoiam as guerras eternas do Império e aqueles que estão ao lado do mundo multipolar. "Hoje, ou se está a favor das guerras eternas do Império, ou se está ao lado do mundo multipolar."

Em sua avaliação, o Império, referindo-se aos Estados Unidos, não tem capacidade para dominar grupos de resistência como o Hamas ou o Hezbollah, nem para atacar o Irã sem enfrentar uma retaliação significativa. "O Império não tem bala para dominar o Hamas. O Império não tem bala para destruir o Hezbollah. O Império não tem bala para atacar o Irã. Mas se isso ocorrer, Rússia e China entrariam." A análise de Pepe Escobar lança luz sobre a complexa e tensa situação geopolítica no Oriente Médio e destaca as profundas divisões e alianças que moldam o cenário internacional contemporâneo. Assista:

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