"Nossa soberania está indo embora, entregando água e energia para enriquecer alguns", diz presidente da Fisenge
Roberto Freire afirma que a Eletrobrás foi 'apropriada' por interesses particulares e lamenta: "a apropriação do Estado no Brasil é uma coisa muito recorrente". Assista
247 - Em entrevista exclusiva à TV 247, o presidente da Fisenge (Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros), Roberto Freire, discutiu os impactos negativos da privatização da Eletrobrás, ressaltando os riscos à soberania do Brasil e à expertise energética do país. >>> Subsidiária da Eletrobrás falha e deixa parte do Ceará sem luz neste sábado
"A Eletrobrás foi quase destruída, semi-destruída, e privatizada. A questão da apropriação do Estado no Brasil é uma coisa muito recorrente", enfatizou Freire, apontando o padrão de apropriação de setores estatais por interesses particulares. Ele ressaltou a relevância do Estado como instituição para atender igualmente a todos, enfatizando seu propósito fundamental.
Freire destacou a importância histórica da Eletrobrás na estrutura energética do Brasil: "Antes do Brasil ter a Eletrobrás, a energia no país era fornecida por 3,5 mil empresas de energia em 1930." O presidente da Fisenge explicou que a criação da Eletrobrás foi uma resposta à necessidade de uma geração estável de energia para impulsionar o crescimento industrial e suprir as demandas da população.
Ao abordar a privatização da Eletrobrás, Freire relembrou o contexto dos anos 90, quando a privatização de estatais ocorreu em larga escala. Ele chamou a atenção para a tentativa de apropriação do que já havia sido construído, destacando a privatização da Vale do Rio Doce e parte do sistema elétrico como exemplos. "A privatização da Eletrobrás está sendo tentada agora, seguindo a mesma lógica da privatização da Petrobrás, onde dividendos são maiores que os lucros para o estado".
Freire expressou preocupações sobre a entrada de acionistas estrangeiros no cenário da Eletrobrás e como isso compromete a expertise e a soberania do Brasil: "a questão de um acionista estrangeiro com 43% das ações é um exemplo de como as coisas estão acontecendo." Ele alertou para a entrega de recursos naturais e energéticos para benefício próprio, prejudicando a população e desvalorizando a expertise tecnológica da empresa.
O presidente da Fisenge destacou a gravidade da situação e o impacto negativo sobre o país: "nossa soberania está indo embora, entregando água e energia para enriquecer alguns, enquanto a expertise é perdida e o país sofre." Assista à entrevista completa no vídeo abaixo:
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