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    “O governo não pode ceder ao mercado financeiro”, declara Valter Pomar

    Pomar aponta impactos do ajuste fiscal na base social do governo e critica influência do mercado financeiro nas decisões

    (Foto: ABR | Brasil247)

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    247 - Em uma análise no programa Contramola, transmitido pela TV 247 no YouTube, Valter Pomar, membro do Partido dos Trabalhadores (PT) e analista político, expôs suas críticas contundentes ao ajuste fiscal em discussão no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele destacou preocupações sobre a pressão do mercado financeiro por cortes orçamentários, encabeçada, segundo ele, por representantes da "Faria Lima" e por setores aliados ao Banco Central. Para Pomar, a insistência nessa política pode comprometer seriamente as bases sociais e políticas do governo, além de dificultar as perspectivas de desenvolvimento do país.

    Pomar enfatizou a importância de preservar as políticas sociais e os investimentos públicos, alertando que o ajuste fiscal, conforme proposto, poderia limitar a capacidade do governo de atender às demandas populares. Para ele, é essencial que o governo resista à pressão do mercado financeiro, buscando alternativas que priorizem o bem-estar social e promovam o desenvolvimento. “É uma pressão imensa para que o governo Lula rasgue o compromisso com o povo e com o bem-estar social”, declarou Pomar, destacando o papel do Estado na construção de uma economia mais inclusiva. Ele destacou que a postura de Haddad frente ao ajuste fiscal desrespeita compromissos históricos do PT com o bem-estar social e o desenvolvimento nacional. Pomar também direcionou críticas à ministra do Planejamento, Simone Tebet, e à sua defesa de cortes em áreas essenciais, como saúde e educação. O analista político ainda traçou paralelos com medidas adotadas no governo de Dilma Rousseff e os desafios que enfrentou ao nomear Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda em 2015.

    Além das críticas internas, Valter Pomar lembrou que o mercado financeiro exerce uma "pressão brutal" sobre o governo para aumentar o superávit fiscal às custas de políticas públicas. Em sua avaliação, o ajuste fiscal proposto lembra "pacotes" que, segundo ele, "são embrulhados fora da vista do povo para depois serem impostos à população". Para ele, trata-se de uma "profecia anunciada", já que as políticas defendidas pelo mercado tendem a aumentar a dívida pública ao invés de promovê-la, gerando um ciclo de dependência financeira.

    Pomar também elogiou o manifesto assinado por movimentos sociais e partidos de esquerda contra o ajuste, ressaltando a necessidade de mobilização contínua para pressionar o governo e impedir o avanço dessa agenda. Segundo ele, o manifesto é um "grito de resistência" contra o neoliberalismo que, para ele, Haddad e parte do governo estariam dispostos a adotar. Em suas palavras, "não podemos ceder à pressão do mercado, pois as consequências desse ajuste fiscal podem resultar na destruição de direitos sociais duramente conquistados".

    Em relação às eleições de 2026, Pomar destacou que a popularidade do governo está em risco, e que a condução econômica pode prejudicar o apoio ao projeto político de Lula.

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