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“OEA não tem nenhuma autoridade para rejeitar o resultado das eleições venezuelanas”, diz Jeferson Miola

Organização emitiu relatório não reconhecendo o resultado das eleições venezuelanas

(Foto: Reprodução | Reuters )

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247 – Em entrevista ao programa Giro das Onze, da TV 247, o jornalista e articulista Jeferson Miola criticou duramente o relatório da Organização dos Estados Americanos (OEA), que não reconheceu o resultado das eleições presidenciais venezuelanas, onde Nicolás Maduro foi declarado vencedor pela Justiça eleitoral do país. Miola questionou a legitimidade da OEA para emitir tal posicionamento.

“A OEA não tem nenhuma autoridade para rejeitar o resultado das eleições venezuelanas”, denunciou Miola. Ele destacou que a OEA não possui observadores próprios e que não foram credenciados observadores dessa organização na Venezuela. "Me chama muito a atenção que o Almagro tenha feito esse tipo de referência, de que observadores demonstraram que houve manipulação, porque a OEA não tem observadores próprios e nem foram credenciados observadores deles na Venezuela. Os observadores que foram considerados oficiais por parte do Conselho Nacional Eleitoral foram o Centro Carter e outros observadores da ONU e independentes, mas não existem observadores da OEA que tenham produzido relatórios porque isso eles não fizeram”, afirmou.

Miola acusou a OEA de ser um instrumento dos interesses dos Estados Unidos, especialmente sob a liderança de Luis Almagro, secretário-geral da organização. “A OEA é um apêndice dos Estados Unidos para a expansão do seu poder imperial e, desde que o Luis Almagro, secretário-geral, assumiu, o organismo vem se tornando uma ponta de lança dos interesses estadunidenses. Luis Almagro é um desafeto pessoal de Nicolás Maduro. Ele foi ministro de Relações Exteriores de Mujica, no Uruguai, ao mesmo tempo em que Maduro era, também, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela no período de Chávez. E quando o Mercosul discutia o ingresso da Venezuela no bloco, o Almagro, pessoa física, se opôs a isto, sendo necessário a intervenção do presidente Mujica reformasse a posição do país e assumisse a posição favorável ao ingresso da Venezuela no bloco”, disse Miola.

Ele ainda relembrou a atuação controversa de Almagro em episódios anteriores, como na tentativa de invasão militar da Venezuela em 2019 e no golpe de Estado na Bolívia no mesmo ano. “Almagro na OEA tem sido absolutamente nefasto. Ele co patrocinou com os EUA a tentativa de invasão militar da Venezuela em fevereiro de 2019, quando Trump juntamente com o apoio de Bolsonaro, criaram uma operação para invadir o país, foi quando surgiu o auto proclamado presidente da Venezuela, hoje foragido, Juan Guaidó, que foi prontamente reconhecido por Almagro, que da mesma maneira esteve diretamente envolvido e colocou a OEA a serviço de mercenários e fascistas bolivianos, juntamente com Elon Musk, no golpe de estado da Bolívia em 2019”, declarou.

A OEA anunciou recentemente que não reconhece o resultado das eleições venezuelanas, alegando manipulação por parte do governo Maduro e apontando irregularidades como a demora na divulgação da apuração, mesmo com o uso de urnas eletrônicas no país. O relatório da OEA também acusou o Centro Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela de proclamar Maduro como vencedor sem fornecer dados comprobatórios, destacando erros aritméticos e a aplicação de um "esquema repressivo" para distorcer o resultado eleitoral. Assista:

 

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