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    “Plano Real deixou a herança maldita da taxa de juros”, diz Bresser-Pereira

    Ex-ministro e economista também alertou para os efeitos da "semiestagnação" gerada na economia brasileira. Assista na TV 247

    Luiz Carlos Bresser-Pereira (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

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    247 - O ex-ministro da Fazenda e professor emérito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Luiz Carlos Bresser-Pereira, comentou em entrevista à TV 247 a herança do Plano Real e os reflexos da iniciativa nas dificuldades econômicas atuais do Brasil. 

    Ele fez elogios ao Plano Real, mas destacou que as taxas de juros astronômicas do país são um efeito indesejado: “O Plano Real foi uma maravilha, sem dúvida, foi uma grande contribuição para o Brasil, uma contribuição heterodoxa, isso não estava nos livros de jeito nenhum. As pessoas se esquecem que o Plano Real deixou uma herança, e uma herança que é maldita, que é a taxa de juros, porque na ocasião do plano eles fizeram uma âncora monetária de taxa de juros, e um juro altíssimo, era 45%, mas tudo bem se fosse rapidamente e depois baixasse. Acalmou a inflação e eles continuaram. Quer dizer, porque aqueles mesmos economistas que haviam sido heterodoxos e desenvolvido a teoria da inflação emergencial junto comigo, depois ficaram totalmente ortodoxos, se acostumaram ou se encostaram no sistema financeiro e foi uma tristeza. Então, isso foi muito ruim". 

    Bresser-Pereira destacou a necessidade de enfrentar os problemas econômicos do presente, lidando com a semiestagnação. “O que nós temos é que resolver os problemas do presente. Porque nós estamos com uma economia semiestagnada há muito tempo. O Brasil entrou em estagnação nos anos 80, aí os problemas da estagnação dos anos 80 foram resolvidos, que foi a alta inflação e principalmente a crise da dívida externa, as duas coisas foram resolvidas no começo dos anos 90. E, no entanto, o Brasil não voltou a crescer. Voltou a crescer muito lentamente e passou a ser semiestagnado, crescendo muito menos que os países ricos e crescendo muito menos que os países em desenvolvimento em média. Então, eu percebi que não havia teoria, e que a teoria ortodoxa dessa gente não resolvia o problema de jeito nenhum. Eles mantinham taxas de juros escandalosamente altas, deixavam a taxa de câmbio apreciada. Era preciso entender esse problema. E eu acho que eu consegui entender e depois todo um grupo de economistas se juntou a mim, então hoje nós temos uma teoria bastante avançada, bastante consolidada, e esse livro, Novo Desenvolvimentismo: introduzindo uma nova teoria econômica e economia política, dá as respostas aos problemas do Brasil, de hoje", disse o economista, em referência ao seu novo lançamento. Assista na TV 247: 

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