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    A duas semanas das Olimpíadas, Lula celebra 20 anos do Bolsa Atleta e anuncia reajuste

    Benefício será reajustado em 10,86% para os esportistas que recebem o auxílio, em todas as categorias, a partir de agosto

    Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante encontro com Atletas Paralímpicos e Olímpicos, no Palácio do Planalto, em Brasília - DF (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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    InfoMoney - A 15 dias da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris (França), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, nesta quinta-feira (11), um grupo de atletas olímpicos e paralímpicos do Brasil em cerimônia de comemoração pelos 20 anos do programa Bolsa Atleta – criado pelo governo federal em 2004, ainda durante o primeiro mandato do petista no Planalto.

    Durante o evento desta quinta, que contou com a participação do ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA), e do ex-ministro Orlando Silva (PCdoB-SP), Lula assinou o primeiro reajuste no Bolsa Atleta em 14 anos.

    O benefício será reajustado em 10,86% para os esportistas que recebem o auxílio, em todas as categorias, a partir de agosto. A Olimpíada de Paris ocorrerá entre os dias 26 de julho e 11 de agosto.

    “Quando nós resolvemos criar o Bolsa Atleta, era porque a cultura brasileira muitas vezes não leva em conta que, antes de as pessoas virarem importantes e terem patrocínio privado, muitos não tinham sequer um tênis para praticar o seu esporte”, disse Lula em seu discurso.

    Segundo o presidente da República, “o Estado brasileiro e o seu governo têm de olhar para todos os atletas e mais para aqueles que podem, no futuro, ganhar medalha de ouro se tiverem condições de praticar esporte”.

    “Se você não garantir essa oportunidade para as pessoas, este país sempre vai ficar fora das principais disputas. O Brasil, em tudo o que você olhar, está entre os 10 países mais importantes do mundo”, prosseguiu Lula.

    “Eu sei o que significou, para o Brasil, o Bolsa Atleta. Para muita gente, R$ 3 mil ou R$ 4 mil fazem a diferença na vida das pessoas”, afirmou.

    Durante sua fala, o petista criticou os governos anteriores, sem mencionar os ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). Segundo Lula, desde que o PT deixou o Planalto, com o impeachment de Dilma Rousseff em 2016, o esporte ficou relegado a segundo plano no país.

    “O Bolsa Atleta ficou invisível para as pessoas que governaram o país nos últimos anos. Tudo na vida é reajustado. O preço da comida que a gente compra no supermercado é reajustado. Por que não o Bolsa Atleta?”, indagou Lula.

    “Para mim, presidente da República, tanto o atleta que traz 10 medalhas de ouro penduradas no pescoço quanto o atleta que não traz nenhuma merecem ser tratados com o mesmo carinho e o mesmo respeito. Ganhar é a nossa meta. Mas, se a gente não ganhar, o que valeu foi a dedicação, o esforço e a perseverança”, afirmou.

    Emoção no Rio-2016 e Copa do Mundo no Brasil

    Em seu pronunciamento, o presidente da República relembrou a escolha do Brasil como país-sede dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, e da Copa do Mundo de 2014. O país foi escolhido, em 2007, para receber o Mundial de futebol; em 2009, o Rio foi eleito a sede olímpica.

    “Eu comecei a chorar. Foi uma emoção que eu não imaginava. E depois a gente ligava a TV e via a comemoração em Copacabana, o povo alegre porque a gente tinha conquistado as Olimpíadas”, recordou Lula.

    “Acho que foi o momento mais consagrado para mim ter trazido as Olimpíadas. Porque nós trouxemos as Olimpíadas e a Copa do Mundo. E os dois acontecimentos foram em momentos muito ruins da política brasileira. O ódio estava tomando conta da sociedade brasileira”, completou o presidente.

    Lula criticou, ainda, as denúncias não comprovadas de corrupção relacionadas à construção de estádios de futebol para que o Brasil sediasse a Copa de 2014. “Nunca se provou que houve corrupção nos estádios brasileiros. Nunca se provou que houve corrupção em qualquer esporte olímpico no Brasil”, disse Lula.

    Bolsa Atleta, 20 anos

    Desde 2004, o programa Bolsa Atleta investiu cerca de R$ 1,5 bilhão em mais de 37 mil atletas. De acordo com o Planalto, foram mais de 105 mil bolsas concedidas, “com o objetivo de garantir condições mínimas para que os atletas se dediquem, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e a competições locais, sul-americanas, pan-americanas, mundiais, olímpicas, paralímpicas e surdolímpicas”.

    No primeiro ano, em 2004, o programa beneficiou 975 esportistas. Em 2024, a marca é recorde: mais de 9 mil atletas foram contemplados, sendo 8.716 nas categorias de base, estudantil, nacional, internacional e olímpica/paralímpica/surdolímpica; outros 359 foram beneficiados na Bolsa Pódio, a mais alta do programa. O orçamento previsto para este ano é de R$ 160,4 milhões.

    “O Bolsa Atleta é um orgulho para o Brasil. É um exemplo de política pública que transforma vidas e fortalece o esporte nacional. E nós vamos trabalhar para que ele fique cada vez melhor. Incluímos atletas surdos, gestantes, puérperas e auxiliares do esporte paralímpico e conseguimos um reajuste que não vinha há 14 anos. Tenho certeza de que estamos no caminho certo para fazer do Brasil uma potência esportiva”, afirmou o ministro do Esporte, André Fufuca.

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