Ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, defende liberação do estádio São Januário, do Vasco
Clube considera manifestação da ministra como "muito importante", especialmente neste momento, em que o recurso pela liberação do estádio chega a Brasília
247 - A Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, demonstrou seu apoio à campanha pela liberação do Estádio de São Januário, que está interditado para o público desde 22 de junho, após tumultos no entorno após uma partida contra o Goiás, informa o portal ge. A ministra utilizou suas redes sociais para afirmar que o Ministério da Igualdade Racial enviará um ofício à Procuradoria Geral do Ministério Público do Rio de Janeiro expressando preocupação com a estigmatização que essa decisão de interdição criou.
Anielle Franco, que é flamenguista e já foi atleta pelo Vasco, destacou que a interdição de São Januário vai além do esporte, afetando principalmente a geração de renda dos trabalhadores da região, majoritariamente pessoas negras e pobres. Ela criticou a justiça do Rio de Janeiro por citar a proximidade com a favela da Barreira do Vasco como motivo para a falta de segurança no estádio: "os órgãos de justiça não devem perpetuar em suas decisões ações e atos discriminatórios, fomentar a criminalização e racismo vai contra a nossa constituição e o dever do Estado brasileiro. Nós do Ministério da @igualracial_gov encaminharemos um ofício ao PGJ do @MP_RJ externando nossa preocupação com a estigmatização que esta decisão criou", escreveu.
A ministra, que também tem compromisso em trabalhar contra a criminalização das favelas e do povo negro, ressaltou que mais de 20 mil pessoas que moram na favela dependem dos jogos do Vasco em São Januário para seu sustento. Ela citou dados do Observatório do Trabalho Carioca que apontam uma queda de 60% na receita do comércio da Barreira desde a interdição do estádio.
"O racismo ocorre dentro e fora do campo, nossa equipe pretende fazer uma escuta com os trabalhadores da região para pensarmos junto com órgãos do estado e do município medidas de mitigação deste impacto. Toda solidariedade ao Clube de Regatas Vasco da Gama, sua torcida e todos os moradores de favelas e periferias afetados por esta ação. Fui capitã do time e tenho um carinho pelo time. Avancemos no combate ao racismo e todo e qualquer tipo de discriminação e criminalização", concluiu.
A manifestação da ministra ganha destaque no momento em que o recurso do Vasco pela liberação do estádio chega a Brasília, com a diretoria do clube entrando com recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Além disso, a manifestação da torcida do Vasco durante o jogo contra o Bahia, quando milhares de torcedores assistiram à partida em frente a São Januário, na Barreira do Vasco, tornou o caso uma questão de alcance nacional.
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