“A concorrência entre as fontes energéticas no Brasil não deve ser predatória”, diz Jean Paul Prates
Ex-presidente da Petrobras defende transição energética equilibrada e papel estratégico do Brasil no setor
247 - No segundo Fórum Brasil, promovido pelo Lide e pela TV 247, Jean Paul Prates, ex-presidente da Petrobras e atual Head do Lide Energia, ressaltou a necessidade de uma transição energética planejada e equilibrada no Brasil. Segundo ele, o país deve aproveitar sua abundância de recursos naturais sem adotar uma abordagem predatória ou desordenada.
“O Brasil é o rei dos recursos naturais, e ninguém pode contestar isso. Temos recursos tão abundantes que nosso problema é escalar qual recurso usaremos. No entanto, o governo deve ser o maestro dessa transição. As matrizes energéticas são locais e não devem ser excludentes. A concorrência entre as fontes energéticas no Brasil não pode ser predatória”, afirmou Prates.
Ele destacou que a energia é intrinsecamente ligada ao meio ambiente, já que depende diretamente dos recursos naturais. Nesse contexto, apontou a necessidade de uma abordagem estratégica, evitando corridas desenfreadas por novas fontes de energia e promovendo um equilíbrio entre elas.
“O petróleo será substituído pela energia local. Estamos constantemente fazendo transições energéticas ao longo da história da humanidade, e cada geração tem a sua responsabilidade. Mas não há uma panaceia. A energia local, que puder ser gerada mais localmente possível, será a substituta do petróleo. O Brasil tem um grande portfólio, mas precisa avançar com cuidado”, acrescentou.
Prates destacou que o país deve liderar a transição energética com responsabilidade, utilizando seus recursos de forma estratégica e evitando práticas que prejudiquem o meio ambiente ou criem desequilíbrios no mercado. Ele reforçou que a transição deve priorizar a sustentabilidade e atender às demandas locais, sem perder de vista o potencial global do Brasil no setor energético.
“A energia local é o ciclo que substituirá o petróleo, mas isso deve ser feito com planejamento, equilíbrio e o cuidado necessário para que nenhuma fonte seja tratada como excludente”, concluiu.
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