China avança no desenvolvimento de robôs humanoides com novo modelo de inteligência artificial
Startup promete revolucionar a robótica com tecnologia que aprende diretamente com vídeos humanos
247 – A empresa chinesa AgiBot anunciou um avanço significativo no campo da robótica humanoide com o lançamento do modelo de inteligência artificial Genie Operator-1 (GO-1), que promete transformar a indústria ao permitir que robôs aprendam diretamente a partir de vídeos humanos. A informação foi divulgada pelo portal Shanghai Daily (Shine.cn), que destacou a visão ambiciosa da startup, fundada por Peng Zhihui, ex-integrante do programa "Genius Youth" da Huawei.
Segundo Yao Maoqing, parceiro da AgiBot e presidente da unidade de Inteligência Corporal da empresa, a nova tecnologia pode representar um salto na produção e adoção de robôs humanoides. "Esperamos um crescimento da receita de várias vezes em 2025 e planejamos produzir vários milhares de robôs humanoides este ano", afirmou.
O modelo GO-1 se baseia na estrutura Vision-Language-Latent-Action (ViLLA), que permite que os robôs aprendam de forma mais eficiente a partir da observação de interações humanas em vídeos. Isso reduz o tempo de treinamento e os custos de aquisição de dados, dois dos principais entraves na produção em massa de robôs. A abordagem já demonstrou um aumento de 32% na eficiência de tarefas em comparação com outros modelos disponíveis no mercado, permitindo que os robôs desempenhem funções como servir bebidas, limpar mesas e organizar estoques com maior destreza.
China amplia investimentos para se tornar referência global
O anúncio da AgiBot ocorre em meio a um grande esforço da China para consolidar sua liderança no setor de robótica humanoide, um mercado avaliado em 2,76 bilhões de yuans (US$ 378 milhões) em 2024 e que pode crescer para 75 bilhões de yuans até 2029. O país busca competir diretamente com gigantes internacionais, como Tesla e Figure, além de fortalecer seus próprios players, como Unitree (Hangzhou) e UBTech (Shenzhen).
Analistas do Goldman Sachs e Morgan Stanley apontam que, embora a China já tenha uma vantagem expressiva em hardware e manufatura, ainda há desafios a serem superados no desenvolvimento de ecossistemas de software e modelos de IA. O novo modelo da AgiBot é uma resposta a essa lacuna, focando no aprimoramento de sistemas de controle e processamento de dados para treinamento.
Uma das inovações do GO-1 é a adoção da arquitetura Mixture of Experts (MoE), similar ao modelo DeepSeek, que permite que os robôs aprendam com uma ampla gama de dados operacionais humanos e robóticos. Segundo Yao Maoqing, essa abordagem possibilita manipulações de alta precisão e aumenta significativamente a eficiência no desenvolvimento. "DeepSeek é uma boa referência para o nosso caminho de evolução", afirmou.
Atualmente, a AgiBot possui um acervo de aproximadamente um milhão de dados de treinamento robótico e está participando de um projeto municipal para fortalecer o ecossistema de desenvolvimento de robôs na China. Com os avanços do GO-1 e o crescimento esperado do mercado, a empresa planeja ampliar sua produção de mil unidades para vários milhares ainda este ano.
A trajetória da AgiBot tem atraído atenção por sua liderança inovadora. Seu fundador, Peng Zhihui, ganhou notoriedade ao integrar o seleto grupo de jovens talentos da Huawei e, desde então, se destaca como um dos nomes mais promissores no setor de robótica. Com o desenvolvimento do GO-1, a empresa se posiciona na vanguarda de um dos mercados mais estratégicos da atualidade, acelerando a chegada dos robôs humanoides ao cotidiano da sociedade.
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