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Cintia Chagas pede prisão do deputado bolsonarista Lucas Bove por descumprimento de medidas protetivas

Defesa de Bove nega acusações e afirma que ele "não infringiu nenhuma medida"

(Foto: Reprodução)

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247 - A influenciadora digital Cintia Chagas solicitou à Justiça a prisão do ex-marido, o deputado estadual Lucas Bove (PL), alegando descumprimento de medidas protetivas. Segundo a defesa de Cintia, Bove violou a determinação judicial ao comentar o caso nas redes sociais, o que seria proibido. As informações foram divulgadas pela revista Marie Claire.

O pedido de prisão ocorre após o vazamento de mensagens trocadas entre Cintia e Bove, vice-líder do PL na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O deputado é acusado de violência doméstica e já possui uma medida protetiva que o impede de se aproximar da ex-mulher ou de sua família, bem como frequentar os mesmos lugares que ela. Parlamentares do PT e do PSOL também protocolaram um pedido de cassação do mandato de Bove na Alesp.

Declarações e defesa de Cintia Chagas
Em entrevista à Marie Claire, Cintia Chagas detalhou episódios de agressões e ameaças sofridas durante o relacionamento de mais de dois anos com Bove, que culminaram na separação do casal em outubro de 2023. A influenciadora relatou que a situação se agravou após um episódio em Ribeirão Preto, quando ela se recusou a tirar uma foto com o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua esposa. "O que fez com que a relação acabasse foi o fato de ele ter me expulsado de um casamento ao qual fomos em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Eu não quis parar meu jantar para fazer uma fotografia com ele [e com Michelle e Jair Bolsonaro]. Depois ele quis que eu voltasse, eu recusei, e ele veio correndo, tentando achar o carro na rodovia", contou.

Ainda segundo Cintia, as agressões físicas se manifestaram de diversas formas, incluindo um episódio em que Bove teria arremessado uma faca que atingiu sua perna. "Foi no meio de uma discussão. Estávamos à mesa jantando e brigamos. [...] Da mesa, ele arremessou a faca na minha direção, bateu na minha perna e comecei a sangrar," relatou. Ela descreveu como o deputado reagiu: "Ele respondeu: ‘Que bonitinha. Você vai me denunciar na Lei Maria da Penha, vai? Eu sou um deputado, meu amor. Acabo com você na hora em que eu quiser. Você será a louca. Experimente me enfrentar’.”

Cintia narrou ainda outras formas de violência psicológica e física. "Ele jogou uma garrafa d’água em mim, bateu cinza de cigarro em uma bolsa, falou que se eu ficasse no apartamento eu não conseguiria dormir e ameaçou queimar minhas roupas," afirmou. Segundo a influenciadora, essas ameaças a levaram a deixar a casa onde viviam. “Se eu continuasse com ele, o risco era virar mais uma vítima de feminicídio,” desabafou.

O que diz a defesa do deputado
O advogado de Lucas Bove, Daniel Bialski, rebateu as acusações e afirmou que o deputado "não infringiu nenhuma medida protetiva". Segundo ele, Bove apenas exerceu seu direito à liberdade de expressão e aguardará que "a verdade apareça". “Como figura pública, ele só se manifestou dentro da liberdade de expressão," disse Bialski. Ele também ressaltou que o deputado espera que a Justiça determine que Cintia também seja proibida de se manifestar sobre o caso.

Em suas redes sociais, Lucas Bove declarou que está "de mãos atadas, de boca amordaçada" devido à decisão judicial e reafirmou sua inocência. "Tenho certeza que no momento certo a verdade será restabelecida," afirmou o deputado em um vídeo publicado no Instagram. Na legenda, ele acrescentou: "Jamais encostaria a mão para agredir uma mulher. Em nome do engajamento, ignoram a cronologia dos fatos, selecionam maldosamente trechos descontextualizados."

Medidas protetivas e investigação
Após as denúncias, a Justiça de São Paulo concedeu medidas protetivas que proíbem Lucas Bove de se aproximar ou se comunicar com Cintia Chagas e sua família. Além disso, ele está impedido de frequentar os mesmos locais que a influenciadora, sob risco de prisão preventiva. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informou que um inquérito foi instaurado pela 3ª Delegacia de Defesa da Mulher e que as investigações prosseguem sob sigilo.

A advogada Gabriela Manssur, que representa Cintia, classificou a decisão de sua cliente em denunciar as agressões como um "ato de coragem". “O rompimento do vínculo matrimonial teve uma motivação comprovadamente grave e necessária," afirmou Manssur, destacando que a ação de Cintia serve de exemplo para outras mulheres em situação de violência.

Perspectiva jurídica
O caso envolve não apenas questões de violência doméstica, mas também um processo judicial cercado de declarações públicas, o que tem gerado grande repercussão. A defesa de Cintia lamentou os vazamentos que ocorreram, destacando que o processo segue em segredo de justiça para proteger a vítima.

O desfecho do caso ainda depende das investigações da Polícia Civil e do parecer do Ministério Público. Enquanto isso, Lucas Bove enfrenta pressão crescente na Alesp, onde um pedido de cassação foi protocolado por parlamentares que alegam conduta incompatível com o cargo de deputado estadual.

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