Frente Parlamentar Evangélica monta ofensiva para derrubar projeto de lei das fake news
Grupo está de plantão no final de semana e no feriado acionando lideranças evangélicas com presença forte nas redes sociais para impulsionar campanha virtual contra o PL
247 - A Frente Parlamentar Evangélica está mobilizada para derrubar o projeto de lei das fake news na próxima terça-feira (2), em votação no plenário da Câmara dos Deputados. A estratégia já obteve uma vitória neste sábado (29) com a guinada do Republicanos, que anunciou ter fechado questão contra o texto.
De acordo com informações da jornalista Malu Gaspar, colunista de O Globo, parlamentares da frente evangélica afirmam que a mudança de postura ocorreu depois que líderes religiosos, como o pastor bolsonarista Silas Malafaia, pressionaram interlocutores da Igreja Universal, que tem ligação com o partido. Com a mudança, os 28 deputados do Republicanos que votaram pela tramitação em regime de urgência deverão votar pela derrubada do texto na terça-feira.
"Para garantir que o projeto seja derrubado na terça-feira, os 14 deputados que formam a diretoria da Frente Parlamentar Evangélica estão de plantão no final de semana e no feriado de 1 de maio, pressionando seus pares e acionando lideranças evangélicas com presença forte nas redes sociais para ajudar em sua campanha virtual", escreve a jornalista.
O projeto de lei das fake news tem como objetivo estabelecer meios de responsabilização das plataformas por conteúdo ilegal disseminado em seus meios, obrigar que elas remunerem as empresas por material jornalístico veiculado e criar o "dever de cuidado", que obriga as plataformas a fiscalizarem o próprio conteúdo. No entanto, evangélicos e plataformas digitais alegam que o texto pode dificultar a livre prática religiosa e restringir a liberdade de culto. Essa preocupação desencadeou uma onda de desinformação nas redes sociais sobre uma suposta proibição à leitura e divulgação de passagens bíblicas.
Se a derrubada do projeto for confirmada na terça-feira, a mudança de postura do Republicanos garantirá a maioria necessária para a rejeição do texto. O placar na tramitação em regime de urgência foi de 238 votos a favor e 192 contra, mas considerando apenas a virada do Republicanos, o placar já fica em 220 votos pela derrubada do texto e 210 pela aprovação.
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