Influencer de 17 mi de seguidores, Hytalo Santos é investigado por exploração infantil
Por meio de sua defesa, Hytalo declarou ser vítima de “falsas acusações"
247 - O Ministério Público da Paraíba (MPPB) abriu uma investigação contra o influencer Hytalo Santos, de 26 anos, sob suspeita de exploração da imagem de menores. Conhecido nas redes sociais por seus vídeos com a "Turma do Hytalo" — composta por adolescentes, vários menores de 18 anos —, o criador de conteúdo soma 17 milhões de seguidores no Instagram, 7 milhões no YouTube e mais de 1,5 bilhão de visualizações. A informação foi divulgada pelo UOL.
Por meio de sua defesa, Hytalo declarou ser vítima de “falsas acusações que produzem ataques à sua honra” e afirmou que seus vídeos seguem a legislação brasileira. Segundo a nota enviada ao veículo, ele já prestou esclarecimentos ao MPPB sobre o caso.
Conteúdos em análise
Os vídeos analisados pelos promotores mostram menores de idade vestidos com roupas curtas, dançando músicas de teor sexual e participando de interações que, para o Ministério Público, podem violar os direitos das crianças e adolescentes. Em um dos vídeos mais visualizados, Hytalo aparece dançando ao lado de adolescentes uniformizados ao som de um funk que contém os versos: “Safadinha demais, não presta / Atravessa a divisa pra dar a xeeca”*.
Outros vídeos trazem menores interpretando músicas escritas por Hytalo, como o trecho: “Tô louca, abusada / Parada, dançando pra frente e pra trás”. Além disso, o influencer faz perguntas polêmicas, como: “já pulou a cerca?”, “já pegou mais de quatro na balada?” e “já sentiu vontade de ficar com pai, mãe, primo ou tio de um amigo?”.
Os adolescentes envolvidos são tratados como “filhos” por Hytalo, mas não há adoção formal. Alguns deles passam parte do tempo morando com o influencer, o que, segundo especialistas, agrava o possível impacto psicológico e social do conteúdo.
Violação ao Estatuto da Criança e do Adolescente
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) proíbe a exploração da imagem de menores em situações que violem sua dignidade ou que os exponham ao vexame e ao constrangimento. O artigo 232 do ECA prevê detenção de seis meses a dois anos para adultos que desrespeitem essas diretrizes.
Para o MPPB, a exposição dos adolescentes em conteúdos que exploram sua imagem e os colocam em situações constrangedoras pode configurar violação direta à legislação. Além disso, a possibilidade de monetização dos vídeos por meio das redes sociais levanta questionamentos sobre um possível lucro baseado na exploração dos menores.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: