Nasa lança nave para identificar se lua de Júpiter pode suportar vida
A sonda robótica movida a energia solar deve entrar na órbita de Júpiter em 2030, após uma jornada de cerca de 2,9 bilhões de km em 5 anos e meio
(Reuters) - A Nasa lançou uma nave espacial nesta segunda-feira com a missão de verificar se uma lua de Júpiter chamada Europa tem as condições necessárias para suportar a vida, com foco especial no grande oceano que acredita-se estar abaixo de uma grossa camada de gelo.
A espaçonave Europa Clipper da agência espacial americana decolou do Centro Espacial Kennedy em Cabo Canaveral em um foguete SpaceX Falcon Heavy sob um céu ensolarado. A sonda robótica movida a energia solar deve entrar na órbita de Júpiter em 2030, após uma jornada de cerca de 2,9 bilhões de km em 5 anos e meio. O lançamento havia sido planejado para a semana passada, mas teve de ser adiado devido ao furacão Milton.
Trata-se da maior espaçonave já construída pela Nasa para uma missão planetária, com cerca de 30,5 metros de comprimento e 17,6 metros de largura, com antenas e painéis solares totalmente instalados -- maior que uma quadra de basquete -- pesando aproximadamente 6.000 kg.
Embora Europa, a quarta maior das 95 luas oficialmente reconhecidas de Júpiter, tenha apenas um quarto do diâmetro da Terra, seu vasto oceano de água salgada e líquida pode conter o dobro da água dos oceanos da Terra. Acredita-se que os oceanos da Terra tenham sido o berço da vida em nosso planeta.
A lua Europa, cujo diâmetro de aproximadamente 3.100 km é cerca de 90% do de nossa lua, tem sido vista como um potencial habitat para vida além da Terra em nosso sistema solar. Acredita-se que sua crosta de gelo tenha 15 a 25 km de espessura, situada sobre um oceano de 60 a 150 km de profundidade.
O Administrador Associado da Nasa, Jim Free, disse em um briefing pré-lançamento no domingo que Europa ostenta um dos ambientes mais promissores para potencial habitabilidade em nosso sistema solar, além da Terra, embora tenha observado que esta missão não será uma busca por quaisquer organismos vivos reais.
"O que descobrirmos na Europa", disse Free, "terá implicações profundas para o estudo da astrobiologia e como vemos nosso lugar no universo."
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