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    'Olá, macaca': mulher denuncia injúria racial ao receber e-mail do Magazine Luiza

    Susan explicou que o e-mail foi enviado após ela atualizar seu cadastro no aplicativo da loja

    Magazine Luiza (Foto: Divulgação)
    Laís Gouveia avatar
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    247 - Susan de Sousa Sena, de 35 anos, cozinheira e moradora de São Paulo, foi alvo de injúria racial ao receber um e-mail automático da Magazine Luiza com a saudção ofensiva: “Olá, macaca”. O episódio ocorreu no último sábado (4) e foi revelado em entrevista à TV Globo.

    Susan explicou que o e-mail foi enviado após ela atualizar seu cadastro no aplicativo da loja para concluir a compra de uma máquina de lavar. Segundo relatou, o processo envolveu envio de documentos e reconhecimento facial. Somente no dia seguinte, ao verificar o status de entrega, percebeu a ofensa na mensagem de confirmação.

    “Fiz o procedimento das etapas do aplicativo para recuperar a conta. Logo, eles me pediram foto do documento, depois um reconhecimento facial. Fui recebendo os e-mails, mas não entrei porque sabia que era só confirmação. Finalizei minha compra, tive o prazo de entrega e fechei o app”, contou. “Não olhei meus e-mails. No dia seguinte, fui olhar se tinha alguma mudança no status de entrega e olhei meus e-mails, e um me chamou atenção”, relatou.

    A cozinheira afirmou ter ficado chocada ao descobrir que seu sobrenome no cadastro estava registrado como “macaca”. “Basicamente meu sobrenome na Magazine Luiza é macaca, porque alguém colocou e ninguém viu”, desabafou. “Meu sentimento é de revolta, é de angústia, de ansiedade, é de tristeza, sabe? A gente mal começou o ano. Eu sou uma mulher de 35 anos. O racismo sempre foi muito presente na minha vida e hoje, com tanto avanço, tanta tecnologia, tanto aprendizado referente ao racismo, a gente só vê que não mudou muita coisa”.

    O caso foi registrado como injúria racial no 50° Distrito Policial do Itaim Paulista, que conduz a investigação.

    Resposta da Magazine Luiza

    Procurada, a Magazine Luiza declarou que “lamenta profundamente os constrangimentos sofridos pela cliente e reforça seu compromisso com o combate a qualquer tipo de preconceito ou discriminação”. Em nota, a empresa destacou que o cadastro original da cliente foi realizado em 2011, de forma online, e que a ofensa no e-mail não tem relação com o processo de biometria.

    “A empresa esclarece que o fato ocorrido nada tem a ver com o processo de biometria realizado pela cliente – essa operação é feita de forma 100% digital, sem qualquer interação humana. O mesmo acontece com as mensagens de confirmação enviadas pela Magalu para os consumidores”, afirmou.

    A companhia anunciou medidas para prevenir situações semelhantes, como a exclusão do campo “apelido” em seus formulários e a criação de uma lista de palavras vetadas nos cadastros. Reforçou ainda ser “referência em políticas de diversidade e inclusão”, destacando que metade de seus colaboradores é formada por profissionais negros.

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