Vinicius Junior é novamente vítima de racismo de torcedores do Valencia

247 - Mais um episódio de racismo manchou o futebol espanhol na sexta-feira (3). Vinicius Junior, atacante brasileiro do Real Madrid, foi chamado de "macaco" por torcedores do Valencia no estádio Mestalla, durante partida válida pelo Campeonato Espanhol, informa a Folha de S. Paulo.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram claramente o momento em que torcedores do time da casa gritam "mono" (macaco, em espanhol) na direção do camisa 7 do Real Madrid. O brasileiro foi alvo de insultos racistas e vaias ao longo de toda a partida. A provocação aumentava sempre que o jogador pegava na bola ou era desarmado por um defensor adversário, com a torcida comemorando intensamente os lances desfavoráveis ao atacante.

Conflito em campo e expulsão polêmica - O confronto entre Vinicius Junior e os torcedores do Valencia atingiu seu ápice aos 32 minutos do segundo tempo. Após um desentendimento na grande área com o goleiro Dimitrievski, o brasileiro acabou expulso. A decisão foi tomada após o árbitro César Soto Grado consultar o VAR, gerido pelo auxiliar Muñiz Ruiz, que recomendou a punição máxima ao brasileiro e apenas um cartão amarelo ao goleiro do Valencia.  

Visivelmente inconformado, Vinicius reagiu à decisão da arbitragem e precisou ser contido por companheiros e adversários. Na saída do gramado, o jogador voltou a ouvir ofensas racistas da torcida. Apesar do clima tenso, o Real Madrid conseguiu buscar a virada, vencendo o duelo por 2 a 1.  

Nas redes sociais, Vinicius Junior preferiu não comentar o episódio de racismo. Ele apenas se manifestou com um pedido de desculpas aos companheiros de equipe pela expulsão. "Perdão e obrigado, equipe", escreveu o jogador em uma postagem breve.  

O caso, no entanto, trouxe à tona a longa batalha de Vinicius contra o racismo na Espanha. Em maio de 2023, o atacante já havia sofrido ofensas semelhantes no mesmo estádio Mestalla. Na ocasião, três torcedores do Valencia foram condenados a oito meses de prisão e proibidos de frequentar estádios por dois anos.