“Os ataques ao IBGE são intoleráveis”, diz Gleisi
Presidente do PT critica Bolsonaro e ressalta importância do instituto para a verdade e a democracia no Brasil
247 - A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, classificou como "intoleráveis" os ataques feitos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e ao economista Márcio Pochmann, presidente do órgão. Em uma postagem nas redes sociais, Gleisi destacou que o comportamento de Bolsonaro reflete sua "aversão à verdade" e relembrou episódios em que o ex-presidente sabotou instituições científicas durante seu governo.
“Bolsonaro ataca o IBGE e seu presidente, Márcio Pochmann, porque tem aversão à verdade. Em seu desgoverno, o boicote ao IBGE levou ao cancelamento do Censo Demográfico em 2021, que só aconteceu no ano seguinte por força de uma decisão do STF”, afirmou Gleisi. A líder petista também acusou o ex-presidente de "mentir sobre os dados da Covid" e de falsificar informações em fóruns internacionais, como na Assembleia Geral da ONU. “O negacionista mentiu sobre os dados da Covid e teve o desplante de falsificar os dados sobre desmatamento”, completou.
A declaração de Gleisi ocorreu em meio a uma polêmica levantada por Bolsonaro, que questionou os números recentes divulgados pelo IBGE. Segundo o instituto, o desemprego caiu a 6,1% no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a menor taxa desde o início da série histórica. Bolsonaro criticou a metodologia utilizada, mas Gleisi rebateu, explicando que os critérios não foram alterados. “A metodologia da pesquisa que aponta a queda crescente do desemprego no governo Lula é a mesma utilizada em todos os governos desde 2012, inclusive no período em que Bolsonaro e Paulo Guedes levaram o desemprego a 14%”, declarou.
Gleisi também apontou a incoerência nos ataques de Bolsonaro ao IBGE, observando que o ex-presidente e seu governo, por diversas vezes, utilizaram dados da instituição para embasar políticas públicas. “Pochmann tem razão: os ataques ao IBGE são intoleráveis”, finalizou.
As críticas ao IBGE foram abordadas pelo próprio Márcio Pochmann em entrevista ao programa Boa Noite 247. O presidente do instituto defendeu a integridade da instituição e destacou sua relevância para o país. “O IBGE é uma das instituições de pesquisa mais respeitadas do mundo, que segue os parâmetros internacionais”, afirmou. Ele ressaltou que, com 88 anos de existência, o instituto é responsável por dois terços das estatísticas brasileiras e desempenha papel fundamental no combate à desinformação.
Pochmann também chamou atenção para o impacto do negacionismo político, que, segundo ele, busca desacreditar as instituições públicas quando os dados não coincidem com os interesses de certos grupos. “Quando os dados não convergem com a visão de uma certa elite, ela questiona. É como se não gostassem da mensagem e atacassem o mensageiro”, disse.
A declaração de Gleisi Hoffmann reforça o alerta sobre o uso de desinformação como estratégia política para enfraquecer instituições centrais. A presidente do PT classificou os ataques ao IBGE como parte de uma lógica negacionista recorrente no governo Bolsonaro, que também teve como alvo outros órgãos como o INPE e instituições científicas. “Os ataques às instituições públicas são um movimento para colocar em xeque a democracia. É preciso enfrentá-los com firmeza”, disse Gleisi em sua postagem.
O discurso de Hoffmann ganha relevância em um momento em que o IBGE tem sido alvo de desconfiança de setores ligados ao bolsonarismo. A postura firme da presidente do PT e do presidente do IBGE sublinha a importância de proteger os dados estatísticos como base para a formulação de políticas públicas e para o fortalecimento da democracia brasileira.
Com críticas contundentes a Bolsonaro, Gleisi reafirmou que “a metodologia do IBGE é inquestionável” e que o instituto seguirá sendo essencial para garantir o acesso à verdade no Brasil. A presidente nacional do PT também destacou que a população deve ter clareza sobre a relevância das estatísticas oficiais para combater fake news e fortalecer as instituições.
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