Projeto de bancários da Caixa reforça aprendizagem de estudantes em comunidades carentes
Parceria entre a Fenae e ONG Moradia e Cidadania leva aulas, lanche, biblioteca e musicalidade a crianças carentes de Rio das Pedras
“As crianças adoram estar na sala de aula, elas não gostam de faltar e dizem sempre que gostam muito de aprender e estudar”, diz, orgulhosa, Marta Ramos, da ONG Moradia e Cidadania, entidade que coordena o projeto “Reforçando o Saber e a Vida”, da Associação de Pessoal da Caixa Econômica Federal no Rio de Janeiro (Apcef-RJ). O projeto amplia a aprendizagem de alunos do primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental da comunidade de Rio das Pedras, Zona Oeste do Rio de Janeiro, por meio de aulas de reforço e outras atividades pedagógicas e musicais.
Este é um dos 12 projetos de desenvolvimento sustentável que vêm sendo implementados em comunidades carentes nas proximidades das Apcefs. As atividades são realizadas graças à parceria da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) com a Organização Não Governamental “Moradia e Cidadania”, criada pelos trabalhadores do banco para o desenvolvimento de ações de promoção da cidadania direcionadas a populações em situação de vulnerabilidade.
A parceria da Fenae com a ONG contempla oito projetos de horta comunitária e quatro de reforço escolar e educação complementar para crianças e jovens dos estados do Rio de Janeiro, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Santa Catarina e São Paulo.
“Investir na educação das crianças é investir em um futuro melhor para elas e a sociedade”, ressalta o presidente da Fenae, Sergio Takemoto. “O aprendizado transforma vidas, comunidades, nações”, acrescenta.
APRENDER BRINCANDO — Segundo explica Marta Ramos, que acompanha o projeto desde a idealização das atividades pela Apcef-RJ, as aulas começaram neste último mês de setembro, em um espaço cedido pelo Instituto Casa Plena [ONG na comunidade de Rio das Pedras], seguindo as orientações sanitárias de prevenção à covid-19. “A proposta é ajudar essas crianças nas dificuldades de Leitura e Matemática, levando o aprendizado de forma lúdica aos que não têm oportunidade de pagar por aulas particulares”, afirma.
Neste momento, são atendidas cerca de 20 crianças, divididas em dois turnos. Marta Ramos ressalta que a deficiência de leitura é muito alta; por isso, a adaptação está sendo feita conforme a necessidade de cada estudante, de forma a incentivar o gosto pelos estudos. “Há esse olhar completo para a vida de cada aluno, acolhendo e mostrando a importância de ter o conhecimento, estudar, saber ler”, conta.
O presidente da Apcef-RJ, Paulo Cesar Matileti, lembra que em meio à pandemia — com tantas perdas de vidas, desemprego e fome — o abandono escolar foi uma realidade para muitos. “Para mudar um pouco esse cenário, idealizamos esse projeto de reforço escolar, com o foco em crianças das escolas públicas, onde a perda foi maior, seja por falta de oportunidade ou porque o ensino de qualidade se tornou inviável para famílias de baixa renda, em vulnerabilidade social”, detalha. Ele comemora a receptividade da iniciativa e espera que, contando com o apoio da Fenae, a Apcef e a ONG Moradia e Cidadania caminhem juntas no aperfeiçoamento e na busca de atender cada vez mais crianças.
OUTRAS ATIVIDADES — Além da sala de aula, foi criada uma biblioteca infantil com a ajuda de doações de empregados da Caixa e outros colaboradores. As crianças ficam livres para ler no local ou levar o livro emprestado para casa. Há, ainda, atividades de leitura e contação de história.
As crianças têm aulas no conforto de carteiras compradas especialmente para elas, com lanche antes das aulas e o material que cada uma recebeu: mochila contendo caderno, estojo, lápis grafite, borracha, apontador e lápis de cor. Na sala de aula, os estudantes são organizados entre os que precisam de alfabetização e aqueles que já estão em fase mais avançada de aprendizagem.
“Antes das aulas é oferecido um lanche bem gostoso, com o cuidado de não deixar nenhuma criança com fome, porque estudar requer atenção, e a fome não permite a concentração”, observa Marta Ramos.
Aos sábados, a maioria dos alunos recebe aulas de flauta, um benefício oferecido pelo Instituto Casa Plena. E uma vez por mês, a Apcef-RJ receberá as crianças — na sede da associação, em Jacarepaguá — para lazer no parquinho, banho de piscina ou cachoeira e outras diversões.
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