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    SBT fica em “silêncio total” após demitir jornalista com câncer

    Aos 48 anos, a ex-funcionária trabalhava na produção do telejornal SBT Brasil e dependia do plano de saúde

    (Foto: Reprodução)

    247 - Uma funcionária do SBT que enfrenta um câncer desde 2019 foi demitida pela emissora, gerando indignação e um intenso debate público sobre direitos trabalhistas e questões éticas. A informação foi divulgada pela coluna Fábia Oliveira, do portal Metrópoles. Aos 48 anos, a ex-funcionária trabalhava na produção do telejornal SBT Brasil e dependia do plano de saúde oferecido pela empresa para custear um tratamento que inclui um medicamento essencial, cujo custo pode ultrapassar R$ 40 mil mensais.

    Após a repercussão do caso, Daniela Beyruti, presidente do SBT e filha de Silvio Santos, declarou em suas redes sociais: “Não estou sabendo disso. Vou investigar”. Apesar da manifestação, até o momento, a emissora não emitiu um posicionamento oficial, deixando a ex-colaboradora em um cenário de incertezas.

    Em entrevista à coluna Fábia Oliveira, a ex-funcionária revelou o impacto da demissão em sua vida. “Perder o convênio, pra mim, é uma sentença de morte. Fiquei apavorada, sem o convênio não consigo continuar o tratamento”, lamentou. Ela contou que, graças ao plano de saúde, teve acesso ao Hospital Sírio-Libanês e ao medicamento lorbrena, que controla a progressão do câncer e não está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde).

    Segundo ela, o SBT garantiu a manutenção do convênio por apenas seis meses. Após esse período, a continuidade do benefício dependeria de um pagamento que ela não tem condições de arcar. “Pedi pelo amor de Deus pra me deixar com o convênio, senão posso morrer”, disse, visivelmente emocionada.

    A jornalista já está tomando medidas legais para reverter a situação. “Meu advogado reuniu os documentos e deve entrar com um pedido de reintegração na Justiça. O Sindicato dos Jornalistas também pediu uma reunião com a TV, mas até agora não tivemos retorno”, afirmou.

    O que diz a lei?

    De acordo com o advogado consultado pela coluna, Yuri Marques Peçanha, não há impedimentos legais para a demissão de um funcionário em tratamento contra o câncer, desde que a doença não tenha relação com as condições de trabalho. “A demissão só estará obstaculizada se a doença for um resultado da própria atividade funcional”, explicou.

    No entanto, Peçanha destacou que a demissão pode ser considerada discriminatória caso fique comprovado que o desligamento ocorreu exclusivamente em razão da condição de saúde do funcionário. “O empregado precisa comprovar que o empregador sabia da sua condição de saúde e do seu tratamento médico. O empregador, por sua vez, deve provar que a demissão ocorreu por outros fatores, como desempenho profissional”, detalhou o especialista.

    Repercussão e solidariedade

    Colegas de trabalho da jornalista e entidades sindicais manifestaram apoio à ex-funcionária. A situação também provocou críticas à postura da emissora nas redes sociais, onde internautas pedem mais empatia e responsabilidade social por parte do SBT.

    Enquanto aguarda um desfecho para o caso, a jornalista enfrenta o temor de perder acesso ao tratamento que mantém sua saúde estável. A história escancara a vulnerabilidade de trabalhadores diante de situações de saúde grave e reforça a necessidade de discutir políticas mais justas para proteção de funcionários em condições similares.

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