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Rússia versus OTAN: quem prevalece no Sul Global?

Em um cenário de tensões geopolíticas crescentes, Pepe Escobar analisa os desdobramentos da guerra na Ucrânia e o impacto no Sul Global

(Foto: Laura Aldana | Reuters )

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247 – Em seu programa Pepe Café no YouTube, o jornalista e analista geopolítico Pepe Escobar apresentou uma visão crítica sobre o atual conflito entre a Rússia e a OTAN, focando especialmente nas provocações da Ucrânia e o papel do Ocidente no conflito. Através de suas fontes em Moscou, Escobar teceu uma análise que coloca a Rússia em uma posição de resistência estratégica contra o que considera ser uma tentativa ocidental de desestabilizar a Federação Russa e dominar o cenário geopolítico.

"O que estamos vendo é uma escalada constante das provocações, e a resposta da Rússia será implacável se a linha vermelha for ultrapassada", afirmou Escobar, referindo-se aos recentes ataques com mísseis Storm Shadow, fornecidos pela OTAN à Ucrânia. Segundo o jornalista, caso a Rússia seja atacada com mísseis de longo alcance dentro de seu território, "a OTAN estará oficialmente em guerra com a Rússia, e as consequências serão devastadoras."

Uma entrevista citada por Escobar, onde Vladimir Putin expressa sua posição firme, também foi um ponto central da análise. Putin, em uma breve declaração, foi claro ao afirmar: "As regras do jogo estão mudando. Se houver ataques de mísseis da OTAN contra a Federação Russa, responderemos de acordo." Essa declaração, segundo Escobar, causou um verdadeiro "recuo" nos bastidores da OTAN, com líderes ocidentais tentando minimizar a possibilidade de um confronto direto com a Rússia.

Tensão nas Alturas e o Impacto no Sul Global

Escobar também explorou o cenário global, destacando que o Sul Global apoia a Rússia em muitos níveis, entendendo a lógica de autodefesa diante do que vê como uma agressão ocidental. "A Rússia está envolvida em uma guerra existencial, e as nações do Sul Global compreendem isso, apoiando-a diplomaticamente e, em alguns casos, economicamente", afirmou. Para ele, a Rússia tem se consolidado como uma potência não só militar, mas econômica, mesmo em meio a sanções e tentativas de isolamento.

Por outro lado, ele descreve a Europa como "em queda livre", enfrentando sérias crises econômicas e políticas. "A terceira maior economia do mundo, em paridade de poder de compra, é a Rússia, enquanto a Europa está mergulhando no caos", observou, em um contraste gritante com a narrativa ocidental de superioridade.

O Futuro da Guerra e a Próxima Grande Aposta

Escobar ressalta que a guerra entre OTAN e Rússia não deve se intensificar agora, mas a médio prazo, com 2030 sendo o horizonte estratégico para os planejadores ocidentais. Ele explica que as forças ocidentais, especialmente na Europa, estão se rearmando e buscando uma nova ofensiva massiva, comparável à Operação Barbarossa da Segunda Guerra Mundial. “Os serviços de inteligência russos estão totalmente cientes dessa preparação ocidental para uma nova grande ofensiva.”

Além disso, Escobar destaca o papel das eleições americanas de 2024 como um divisor de águas. "Dependendo do resultado, podemos ver uma escalada ainda maior ou, em um cenário mais improvável, um arrefecimento das tensões", diz, sugerindo que o desenrolar do conflito também está atrelado ao jogo político em Washington.

A Estratégia Russa e os BRICS

Outro ponto importante da análise de Escobar foi a relação da Rússia com o Sul Global e os BRICS. Ele aponta que os próximos eventos, como a cúpula do BRICS e as eleições nos EUA, serão cruciais para moldar os próximos anos. "A cúpula dos BRICS será um evento monumental, acompanhado de perto por todo o Sul Global", afirmou.

Para concluir, Escobar faz um apelo à paciência e à vigilância: "Estamos vivendo um momento extremamente perigoso, e os próximos meses serão decisivos." Ele acredita que, apesar das tensões, a Rússia continuará a desempenhar um papel crucial no novo equilíbrio de poder global, desafiando as tentativas ocidentais de isolamento e dominância.

Essa análise aprofunda os desdobramentos da guerra na Ucrânia e seus impactos geopolíticos, oferecendo uma perspectiva alternativa à narrativa ocidental predominante. A conclusão de Escobar é clara: "O que está em jogo não é apenas o futuro da Ucrânia, mas o futuro de todo o Sul Global, que vê na resistência russa um símbolo de luta contra a hegemonia ocidental." Assista:

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