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      Com impacto do dólar, alimentos lideram alta de preços na indústria em 2024

      Alimentos subiram 14,08% em 2024, impulsionados por carnes e café, enquanto a alta de 24,5% do dólar elevou custos na indústria e pressionou preços

      O setor de alimentos (3,48 p.p.) exerceu a maior influência no resultado acumulado no ano e fechou 2024 com alta de 14,08% nos preços (Foto: Fernando Ogura/AEN-PR)
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      247 - A inflação da indústria brasileira encerrou 2024 com um avanço de 9,42%, marcando o quarto maior índice anual desde o início da série histórica do Índice de Preços ao Produtor (IPP), em 2014. O dado foi divulgado nesta terça-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e reflete um cenário de forte pressão cambial e aumento dos preços de insumos, especialmente em setores como alimentos, metalurgia e químicos.

      “O resultado do IPP em dezembro e no ano de 2024 como um todo pode ser explicado, parcialmente, pela alta recente e corrente do dólar”, afirmou Murilo Alvim, analista do IBGE. “Isso porque o câmbio, pela ótica do produtor, impacta diversos setores da indústria. Em dezembro, o dólar teve um aumento de 5,0% frente ao real e terminou o ano com uma alta acumulada de 24,5%.”

      Os preços do setor industrial avançaram 1,48% em dezembro na comparação com novembro, registrando o 11º aumento consecutivo. No acumulado de 2024, o índice superou em mais de 14 pontos percentuais o desempenho de 2023, quando houve deflação de 4,99%.

      Setor de alimentos lidera influências

      A atividade industrial de alimentos foi a que mais impactou o IPP, com um aumento de 14,08% em 2024. O segmento foi responsável por 3,48 pontos percentuais da inflação da indústria no ano, sendo a maior influência entre todas as categorias avaliadas.

      Murilo Alvim explica que as carnes tiveram papel central na alta do setor: “O grupo de abate e fabricação de produtos de carne teve alta de 2,84% em dezembro, mantendo variações mensais acima de 2% desde agosto. O resultado reflete uma demanda mais aquecida, o aumento das exportações e a valorização do dólar, que influencia diretamente os preços de produtos exportáveis.”

      Além das carnes, o IPP apontou elevação nos preços do suco de laranja e dos resíduos da extração de soja. No acumulado do ano, também pesaram as altas do café, com variação de 69,28%, e do óleo de soja, que segue impactado pelo câmbio e por uma oferta reduzida no mercado interno.

      Metalurgia, fumo e madeira também registram fortes altas

      Entre os setores com maior variação de preços ao longo de 2024, destacam-se a metalurgia (29,29%), o fumo (19,25%) e a madeira (17,97%). Já em termos de influência na inflação industrial, além dos alimentos (3,48 p.p.), os maiores impactos vieram da metalurgia (1,71 p.p.), dos produtos químicos (0,94 p.p.) e dos veículos automotores (0,36 p.p.).

      Na análise por grandes categorias econômicas, o IPP registrou variações de 7,52% em bens de capital, 8,49% em bens intermediários e 11,24% em bens de consumo ao longo de 2024.

      Tendências e próximos dados

      O IPP mede a variação dos preços na “porta da fábrica”, ou seja, sem impostos e frete, abrangendo 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação. Os dados do índice são acompanhados por analistas de mercado e formuladores de políticas econômicas, pois servem como um termômetro das pressões inflacionárias no setor produtivo.

      A próxima divulgação do IPP, referente a janeiro de 2025, está programada para 14 de março.

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