Apoio à exploração da margem equatorial não mancha imagem do Brasil como liderança ambiental, defende secretário do Itamaraty
Há mais de um ano, a Petrobras tem buscado obter uma licença para perfurar um poço de petróleo no Amapá, localizado na bacia da Foz do Amazonas
247 – O secretário para o clima do Ministério das Relações Exteriores, embaixador André Corrêa do Lago, defendeu nesta terça-feira (2) que a demonstração de apoio à exploração de petróleo na margem equatorial feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos últimos dias não prejudica a imagem do país como um líder ambiental. O embaixador esteve presente no evento do T20, que reúne think tanks e institutos de pesquisa no âmbito do G20, realizado na sede do BNDES, no Rio de Janeiro.
Para Corrêa do Lago, a exploração na região não atrapalha a mensagem que o Brasil deseja transmitir na presidência rotativa do G20 e na COP30, conferência do clima que ocorrerá no próximo ano.
“O debate sobre a margem equatorial e sobre o petróleo é muito importante a gente estimular dentro do Brasil", disse. "Eu acho que o presidente está levantando esse tema porque ele exige um certo consenso nacional já que vai ser uma política de Estado, e não apenas desse governo”.
A Petrobras tem buscado, há mais de um ano, obter uma licença para perfurar um poço de petróleo no Amapá, localizado na bacia da Foz do Amazonas. As solicitações, porém, foram negadas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente dos Recursos Renováveis (Ibama). Recentemente, o presidente Lula e a presidente da estatal, Magda Chambriard, manifestaram publicamente apoio à exploração.
“Todas essas questões têm que ser levadas em consideração para que o Brasil tome uma decisão sobre a margem equatorial que venha de um grande debate científico informado e que leve em consideração também como você vai usar os recursos. Esse é o grande debate nacional que tem que acontecer nos próximos meses”, afirmou.
Em discurso, o secretário também destacou a importância de considerar o potencial do petróleo para atrair investimentos ao debater a exploração na margem equatorial. (Com informações de Valor Econômico).
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