Eventos extremos castigam populações indígenas na Amazônia
Em Roraima, o rio Branco passa pela segunda maior seca da história
Por Brasil de Fato | São Paulo (SP) - Após a seca histórica que castigou a Amazônia no ano passado, estados do Norte brasileiro continuam sofrendo com eventos climáticos extremos nas últimas semanas.
Em Roraima, o rio Branco passa pela segunda maior seca da história, com nível de água de 39 centímetros negativos. Com isso, embarcações ficam encalhadas na areia e pessoas atravessam o rio a pé.
Roraima passa por uma seca extrema desde outubro que deve durar até abril. A estiagem seca os rios e provoca incêndios florestais. 14 municípios do estado estão em situação de emergência devido à falta de chuvas.
O Acre, que viveu uma cheia histórica em fevereiro, ainda não se recuperou plenamente da emergência climática. Extrativistas da reserva Chico Mendes ainda vivem uma rotina de falta de alimentos e perda da produção.
Organizações acreanas fazem uma campanha de doações para ajudar 700 famílias afetadas em Xapuri (AC), onde está a Casa de Chico Mendes, patrimônio tombado que está se deteriorando por causa do sobe e desce da água. Para doar, o Comitê Chico Mendes disponibilizou a chave pix 42.027.188/0001-01 (CNPJ).
Duas semanas após declarar emergência pela estiagem em 8 municípios do estado, Rondônia viu a cidade de Cacoal, de 85 mil habitantes, ficar embaixo d'água por causa das fortes chuvas na segunda-feira (25).
A Defesa Civil do município estimou que 150 famílias estão desalojadas e desabrigadas. Os rios começaram a baixar na região, e a situação voltou à normalidade na terça-feira (26), conforme o governo estadual.
Na Terra Indígena (TI) Yanomami, também em Roraima, que ainda enfrenta a invasão de garimpeiros ilegais, uma seca excepcional provoca escassez de água e compromete os modos de vida tradicionais das populações indígenas.
Os incêndios florestais, originados principalmente de fazendas próximas, têm devastado parte da TI Yanomami. A falta de chuvas, vegetação seca e ventos fortes facilitam a propagação do fogo, dificultando os esforços de contenção.
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