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    Fumaça das queimadas já cobre 60% do território brasileiro

    Com recorde de queimadas, especialistas alertam que a fuligem deve continuar a se espalhar e deverá alcançar as capitais da Argentina e do Uruguai

    (Foto: Marcelo Camargo)

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    247 - A fumaça das queimadas tomou conta do Brasil, deixando o céu acinzentado em grande parte do país desde o último fim de semana. Com um índice recorde de queimadas, principalmente na Amazônia, especialistas alertam que a fuligem deve continuar a se espalhar, podendo alcançar até as capitais da Argentina e do Uruguai até o fim da semana, informa o g1.

    Os focos de incêndio se concentram principalmente na região sul da Amazônia, englobando estados como Amazonas, Pará e Mato Grosso, além de áreas da floresta na Bolívia. Dados indicam que a Amazônia Legal enfrenta o maior número de queimadas dos últimos 19 anos. Incêndios também foram registrados no interior de São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

    Karla Longo, especialista em qualidade do ar e pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), destaca que a fumaça se espalha durante a temporada de queimadas, que ocorre anualmente, cobrindo quase 5 milhões de quilômetros quadrados – cerca de 60% do território brasileiro.

    Desde agosto, a fuligem começou a se acumular na atmosfera, movida pelos ventos, e desde o último fim de semana, a intensidade da fumaça aumentou consideravelmente. Na segunda-feira (9), o céu continuava encoberto em várias regiões.

    Segundo meteorologistas, a tendência é de que a fumaça permaneça enquanto houver incêndios ativos. Com as altas temperaturas e a ausência de frentes frias que possam dispersar a fuligem, o cenário deve se manter inalterado, com previsão de piora especialmente no Sul do Brasil, afetando estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

    Além de impactar o Brasil, as correntes de vento devem levar a fumaça para os países vizinhos, como Uruguai e Argentina. A situação agrava a qualidade do ar e torna a respiração mais difícil, especialmente em áreas já afetadas pela intensa seca. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), mais de 200 cidades brasileiras estão vivendo um "clima de deserto", com umidade do ar abaixo de 20%, nível comparável ao do Saara.

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