Governo do Mato Grosso do Sul declara situação de emergência no Pantanal devido aos incêndios

247 - O governo de Mato Grosso do Sul decretou, nesta segunda-feira (24), situação de emergência nas áreas do Pantanal atingidas por incêndios, informa o g1. A decisão foi oficializada no Diário Oficial do Estado e se aplica exclusivamente aos municípios afetados pelas queimadas, que neste ano já devastaram 627 mil hectares do bioma, sendo 480 mil hectares em Mato Grosso do Sul e 148 mil em Mato Grosso, conforme dados da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O impacto das chamas é visível e alarmante. Neste domingo (23), um vídeo que circulou nas redes sociais mostrou uma impressionante "muralha de fogo" em uma margem do rio, enquanto do outro lado ocorria uma festa de São João em Corumbá. Essa cidade, junto com Ladário, Porto Murtinho e Rio Verde, está entre as mais afetadas e foi incluída na lista de municípios sob emergência.

O Pantanal, uma das maiores áreas úmidas do planeta e uma reserva de biodiversidade inestimável, vive mais uma vez a ameaça de ser consumido pelo fogo. Os números de 2023 já superam os registros de 2020, ano recorde de devastação no bioma.

Com a publicação do decreto, válido por 180 dias, o governo estadual pode agilizar processos de licitação sem necessidade de edital para ações emergenciais, uma medida crucial para a rápida resposta aos desastres. Além disso, permite que brigadistas e bombeiros entrem em propriedades privadas para prestar socorro e determinar evacuações quando necessário.

A mobilização de todos os órgãos estaduais, sob a coordenação da Defesa Civil, está autorizada para ações de resposta ao desastre, reabilitação e reconstrução dos cenários afetados. A situação crítica levou o governo federal a intensificar o apoio, enviando mais três aeronaves do ICMBio e quatro aeronaves de grande porte do Exército. Além disso, 50 homens da Força Nacional foram deslocados para reforçar as equipes já atuando no estado, e duas aeronaves Air Tractor estão operando em Corumbá.

O decreto emergencial foi motivado por uma série de fatores climáticos e ambientais adversos. Mato Grosso do Sul enfrenta um período de seca severa e prolongada, resultando em um aumento exponencial dos focos de calor. Esses incêndios trazem impactos devastadores para a agropecuária pantaneira, causando perdas econômicas significativas e danos ambientais profundos, afetando a vegetação, o solo, a fauna, os bens materiais e a segurança da vida humana.