Margem Equatorial: Silveira quer aval do Ibama para exploração até junho

247 - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), deu um ultimato ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para que autorize, até junho deste ano, os estudos preliminares de exploração de petróleo na Foz do Amazonas, localizada na chamada Margem Equatorial brasileira, relata Igor Gadelha, do Metrópoles.

“A ideia é que a gente consiga aprovar os estudos ainda do primeiro semestre”, afirmou Silveira, reforçando a pressão sobre o órgão ambiental que, até o momento, não concedeu a licença para a fase inicial da prospecção. Segundo o ministro, essa etapa de estudos deve durar cerca de oito meses após a autorização.

A Margem Equatorial é considerada uma das últimas grandes fronteiras de exploração de petróleo e gás do país. Composta por cinco bacias sedimentares, a região se estende do litoral do Amapá ao Rio Grande do Norte. A Petrobras tem planos ambiciosos para o local: prevê um investimento superior a US$ 3 bilhões até 2028 e projeta a perfuração de pelo menos 16 poços.

Apesar do entusiasmo do ministro e do apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à exploração, a proposta encontra resistência entre setores ambientais. A presidência do Ibama, sob o comando de Rodrigo Agostinho, tem dificultado a liberação da exploração, alegando supostos riscos à biodiversidade da região.

A demora do Ibama tem gerado desconforto público entre autoridades. Na quinta-feira (20), Silveira elevou o tom ao afirmar que Agostinho “está receoso e não tem coragem” de tomar uma decisão sobre o licenciamento. A crítica se soma às declarações do próprio presidente Lula, que, em fevereiro, acusou o instituto de “lenga-lenga” para liberar as pesquisas na área.