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Mudança climática alimentou recorde de incêndios precoces no Pantanal, diz estudo

Estudo aponta que a mudança climática intensificou em 40% o clima que alimenta os incêndios que provavelmente mataram milhões de animais no Pantanal

Incêndios no Pantanal já atingem mais de 600 mil hectares em 2024 (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

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Reuters - A mudança climática intensificou em 40% o clima que alimenta incêndios devastadores que provavelmente mataram milhões de animais este ano no Pantanal, disseram cientistas em um estudo publicado nesta quinta-feira.

A mudança climática também tornou as condições quentes, secas e ventosas deste ano quatro a cinco vezes mais prováveis, de acordo com o estudo da World Weather Attribution, uma equipe global de cientistas que examina o papel desempenhado pela mudança climática em condições meteorológicas extremas.

As águas normalmente abundantes e a localização do Pantanal -- entre a floresta amazônica, o Cerrado e as florestas secas do Paraguai -- fazem dele um ímã para animais raros e turistas que os procuram.

Normalmente, os incêndios florestais no Pantanal começam em julho e atingem o pico entre agosto e setembro. Mas os incêndios aumentaram de forma incomum no início deste ano, começando no final de maio, e em um ritmo que ameaça exceder o recorde de 2020, disseram os cientistas.

"Os incêndios florestais no Pantanal neste ano têm o potencial de se tornarem os piores de todos os tempos. Espera-se que as condições sejam ainda mais quentes neste mês e nos próximos meses", disse Filippe Santos, um dos autores do estudo e pesquisador da Universidade de Évora, em Portugal, e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em 2020, um terço do Pantanal pegou fogo, matando 17 milhões de animais vertebrados.

Antes do fenômeno da mudança climática, condições meteorológicas semelhantes de incêndio precoce eram extremamente raras. Agora, elas são esperadas a cada 35 anos, disseram os cientistas.

Os dados da UFRJ indicam que os incêndios estão novamente se expandindo rapidamente no Pantanal. Eles mostraram na quinta-feira que quase 10% do Pantanal foi queimado até agora este ano, o maior percentual já registrado para o período.

O Pantanal é lar de milhares de espécies de animais e plantas, como onças-pintadas, ariranhas, lobos-guará, bugios e cervos-do-pantanal.

Com o passar do tempo, à medida que o clima se aquece, a previsão é de que o Pantanal se torne ainda mais quente e seco.

Os cientistas disseram que, embora a mudança climática piore os incêndios, os seres humanos geralmente provocam a faísca inicial.

Fazendeiros que estão limpando a terra podem atear fogo ou deixar para trás vegetação derrubada que facilmente pega fogo.

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