Não é possível eximir Eduardo Leite da responsabilidade pela crise climática no RS, diz Nilto Tatto
No primeiro ano de mandato, o governador Eduardo Leite (PSDB) alterou 480 pontos do Código Ambiental do Rio Grande do Sul
247 – Desde o dia 29 de abril, o Rio Grande do Sul enfrenta uma crise climática que afetou pelo menos 1,7 milhão de pessoas, resultando em 116 mortes e 143 desaparecidos. As enchentes, inundações e outros desastres desencadeados pelas fortes chuvas podem ser considerados consequências da falta de combate às mudanças climáticas e do negacionismo ambiental.
De acordo com o deputado Nilto Tatto (PT-SP), coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, é preciso combater os projetos de desmonte do sistema ambiental brasileiro para evitar “derramar cada vez mais lágrimas”.
“As emergências climáticas e a intensificação de eventos climáticos extremos que vivemos hoje, resultam do modelo de produção dos bens e serviços que consumimos, da nossa forma de ser e existir que corresponde há décadas de descaso com o meio ambiente e a vida. Não dá para dizer que esta catástrofe foi causada pelo governador Eduardo Leite, mas também não podemos eximi-lo de responsabilidade”, afirmou Tatto em entrevista ao PT na Câmara. “Ele mudou quase 500 normas do Código Ambiental do Estado, no sentido de reduzir a proteção ambiental e a capacidade do meio ambiente se manter em equilíbrio, o que obviamente intensifica eventos que já seriam graves”.
No primeiro ano de mandato, o governador Eduardo Leite (PSDB) limou ou alterou 480 pontos do Código Ambiental do Rio Grande do Sul. Há menos de um mês, o peessedebista ainda sancionou uma lei que permite a construção de barragens para o agronegócio em áreas de proteção ambiental permanente.
“Os impactos das chuvas sobre o Estado do Rio Grande do Sul teriam sido muito menores se o meio ambiente e a vida tivessem sido colocados em primeiro lugar. Se Eduardo Leite e Bolsonaro tivessem investido em prevenção e fiscalização; se não tivessem desmontado as políticas ambientais, e contido o ímpeto do agronegócio, muitas vidas teriam sido salvas”, ressaltou Tatto.
Atualmente, o Congresso Nacional analisa um projeto de lei que modifica o Código Florestal brasileiro, reduzindo a reserva legal em imóveis rurais localizados na Amazônia Legal. O texto propõe que a cobertura mínima de vegetação passe de 80% para 50%, permitindo o aumento do desmatamento.
Na quarta-feira (8), a deputada federal e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann (PR), criticou o projeto nas redes sociais. Em publicação, a parlamentar afirmou que “mesmo vivendo uma tragédia, a negação do óbvio permanece”.
“O que precisamos é de preservação ambiental, controle e prevenção do desmatamento, não de passar a boiada bolsonarista. Enquanto contamos no Sul as vítimas dos impactos causados pelas mudanças climáticas, eles ignoram o aquecimento global”, escreveu Gleisi
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