TV 247 logo
      HOME > Meio Ambiente

      "O povo elegeu Lula, mas o Congresso quer reeditar o governo Bolsonaro", critica Marina Silva

      Ministra denunciou a tentativa dos congressistas de "depenar" o Ministério do Meio Ambiente: "vai minar a credibilidade do país no exterior. Será um tiro no pé do agronegócio"

      Marina Silva (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
      Guilherme Levorato avatar
      Conteúdo postado por:

      247 - A Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), está enfrentando um grande desafio no Congresso Nacional. Parlamentares de diferentes partidos se uniram para desmantelar a pasta, o que poderá resultar na perda de importantes atribuições. As mudanças estão sendo articuladas pelo deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), relator da medida provisória que reorganizou a Esplanada no início do governo Lula (PT).

      De acordo com o texto proposto, a Agência Nacional de Águas será transferida para o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. Além disso, o controle da política nacional sobre recursos hídricos também deve ser assumido pela pasta comandada pelo União Brasil.

      >>> Marina: negativa do Ibama à exploração de petróleo na foz do Amazonas foi técnica e deve ser respeitada

      Outra mudança significativa será a incorporação do Cadastro Ambiental Rural ao Ministério da Gestão. Além disso, a gestão dos resíduos sólidos ficará sob a responsabilidade do Ministério das Cidades, feudo do MDB de Bulhões.

      "Estão depenando o Ministério do Meio Ambiente", desabafou Marina Silva em  entrevista a Bernardo Mello Franco, do jornal O Globo, logo após uma reunião em que conseguiu manter o veto do Ibama à exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas. A ministra acrescentou: "o povo brasileiro elegeu o presidente Lula, mas parece que o Congresso quer reeditar o governo Bolsonaro".

      Na visão de Marina Silva, essas mudanças estão desmantelando o Sistema Nacional de Meio Ambiente, criado em 1981. "Nem mesmo a ditadura militar fez algo assim", protestou ela. "Retirar as competências do Ministério do Meio Ambiente minará a credibilidade do país no exterior. Isso será um tiro no pé para o agronegócio brasileiro", acrescentou a ministra.

      >>> Padilha diz que debate sobre exploração na foz do Amazonas é técnico e estados devem ser envolvidos

      Ao retornar ao governo após 15 anos, a ministra enfrenta um Congresso ainda mais dominado pelos ruralistas. Ela amarga a experiência inédita de não ter uma tropa para defendê-la na Câmara dos Deputados e no Senado.

      Na semana passada, o senador Randolfe Rodrigues abandonou a Rede Sustentabilidade. Entre o discurso ambiental e a promessa de royalties do petróleo para o Amapá, ele optou pela segunda opção. Agora, a sigla conta apenas com um representante entre os 594 parlamentares: o deputado Túlio Gadelha, que lidera a si mesmo na Câmara.

      Se depender do PT, Marina terá que lutar sozinha. Nesta terça-feira (23), o ministro Alexandre Padilha (PT) elogiou o relator Bulhões e classificou como "positivo" o texto que, segundo Marina, desmantela o Ministério do Meio Ambiente.

      Essas mudanças propostas no Congresso Nacional estão gerando uma grande preocupação entre os ambientalistas e defensores do meio ambiente.

      ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.

      ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

      iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

      Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: