Carlinhos Maia é denunciado por transfobia contra Liniker
Influenciador chamou cantora por pronome masculino e atacou militância LGBTQIA+ após repercussão
247 - O influenciador digital Carlinhos Maia foi denunciado nesta quarta-feira (25) ao Ministério Público Federal (MPF) por transfobia, após chamar a cantora Liniker pelo pronome masculino em um vídeo publicado em sua conta no Instagram. A denúncia foi formalizada por dois órgãos de defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+ no Nordeste e confirmada à imprensa após o caso ganhar repercussão nas redes sociais.
De acordo com reportagem da Folha, a denúncia foi encaminhada à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), que atua na proteção dos direitos fundamentais no Brasil. O MPF analisa as provas apresentadas para decidir se instaura ou não o caso como uma investigação formal.
O episódio ocorreu na noite de terça-feira (24), enquanto Carlinhos Maia estava em uma viagem de Natal com amigos. No vídeo, ao comentar uma música de Liniker, ele usou pronomes masculinos de forma debochada:
“Você foi para o show dele, dela, delu, dolu, de Liniker. Dele! Mas ele cantou como dela com Priscila Senna do Recife, vou botar a música, o que importa é a música”, disse o influenciador.
Após a grande repercussão negativa, Carlinhos apagou o vídeo, mas continuou a provocar a comunidade LGBTQIA+ em postagens posteriores.
"Não quero pedir desculpa", diz influenciador
Procurado pela imprensa, Carlinhos Maia não respondeu diretamente aos contatos, mas se manifestou novamente em seu Instagram, admitindo o erro no uso do pronome e alegando estar embriagado no momento da gravação. Contudo, ele também atacou a militância LGBTQIA+ em um tom de desdém:
“Eu coloco as músicas da Liniker aqui no Instagram faz anos. Ontem, eu estava completamente embriagado. Eu tento estudar, mas sempre me atrapalho, sempre surge uma sigla nova. É o mundo falando mal de mim”.
Ele completou dizendo que não pediria desculpas:
“Fica aqui não uma desculpa, porque não quero pedir desculpa, mas a Liniker é ela. Fica esse carinho aqui nela, vou continuar ouvindo, e a comunidade vá pra p*** que p****, não preciso de vocês para nada”.
A declaração gerou indignação nas redes sociais, especialmente entre ativistas LGBTQIA+, que classificaram a atitude do influenciador como transfóbica e desrespeitosa. As entidades responsáveis pela denúncia pedem uma resposta exemplar do MPF, argumentando que o caso reforça a importância de combater práticas discriminatórias contra pessoas trans.
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