Escândalos e trapalhadas desmoralizam militares no governo Bolsonaro, escreve Bernardo Mello Franco
Em três anos de governo Bolsonaro, imagem das Forças Armadas se deteriorou
247 - "Após o fim da ditadura, as Forças Armadas dedicaram três décadas à tentativa de recauchutar sua imagem pública. Bastaram três anos de governo Bolsonaro para jogar esse esforço por água abaixo", escreve o colunista do Globo Bernardo Mello Franco.
De acordo com o jornalista, o primeiro mito a cair foi o da eficiência fardada, com a fracassada gestão do general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde. O general confessou que “nem sabia o que era o SUS”, lembra o jornalista.
Mello Franco destaca ainda que os militares "também fracassaram ao tentar substituir o Ibama no combate ao desmatamento", ressaltando que o Ministério da Defesa torrou mais de R$ 500 milhões em operações batizadas com o nome pomposo de “Verde Brasil”.
Até mesmo o "mito construído nos quartéis" de que "os militares seriam mais honestos que os civis" foi destruído durante o governo Bolsonaro, segundo Mello Franco: "Um relatório do TCU apontou 'robustos indícios de fraude' na compra de insumos para a produção de cloroquina no laboratório do Exército. Outra auditoria revelou que o Ministério da Defesa usou verbas de combate à Covid-19 para comprar picanha e filé-mignon".
O jornalista aponta também que o tribunal abriu processo para apurar se houve superfaturamento na compra de 35 mil comprimidos de remédio indicado para a impotência sexual.
Finalmente, "como se não bastassem os vexames do presente, os militares insistem em fazer piada com os crimes do passado. Na segunda-feira, o vice-presidente ironizou apelos para investigar e punir torturadores da ditadura. Aos risos, perguntou: 'Vai trazer os caras do túmulo?' ”
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