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    Fepal aponta BBC e DW como "cúmplices do genocídio em Gaza"

    Segundo a entidade, as duas organizações de mídia têm agido para relativizar ou omitir a gravidade dos ataques israelenses contra os palestinos

    BBC News e DW (Foto: Reprodução)
    Guilherme Paladino avatar
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    247 - A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) publicou nesta sexta-feira (27) uma contundente acusação contra dois dos maiores veículos de comunicação da Europa, a BBC e a Deutsche Welle (DW), classificando-os como "cúmplices do genocídio em Gaza" devido à forma como têm retratado o massacre ocorrido na região. Segundo a Fepal, as duas organizações têm agido para relativizar ou omitir a gravidade dos ataques israelenses contra os palestinos, enquanto promovem narrativas que desumanizam as vítimas.

    Críticas à BBC - Uma investigação publicada pelo site independente DropSite News revelou que a BBC enfrenta crescentes acusações de viés estrutural em sua cobertura sobre Gaza. Funcionários da emissora teriam relatado pressões internas para evitar o uso de termos como "genocídio" e "crimes de guerra" ao descrever as ações de Israel, enquanto ataques do Hamas eram rotineiramente enquadrados como "atrocidades".

    A reportagem aponta que mais de 100 funcionários da BBC assinaram uma carta em novembro criticando a organização por não cumprir seus próprios padrões de imparcialidade. Segundo eles, a cobertura ignorava evidências claras de violações de direitos humanos cometidas por Israel, enquanto dava destaque às versões oficiais israelenses. Um dos episódios mais polêmicos foi a cobertura do bombardeio ao hospital Al-Ahli, em outubro, que deixou centenas de mortos. Inicialmente, a BBC reproduziu narrativas que culpavam o Hamas, mas revisou suas reportagens após evidências contraditórias.

    Outro ponto destacado pela investigação foi o papel de Raffi Berg, diretor do site da BBC para o Oriente Médio. Denúncias indicam que Berg, um jornalista judeu britânico com histórico de apoio a Israel, teria influenciado decisivamente a linha editorial, resultando em uma cobertura considerada enviesada por seus próprios colegas.

    DW sob escrutínio - Na Alemanha, a Deutsche Welle também enfrenta acusações similares. Depoimentos de ex-funcionários publicados pela Al Jazeera e outras fontes relatam represálias contra jornalistas que buscaram contextualizar as ações israelenses no âmbito da ocupação e do apartheid. Segundo Martin Gak, ex-correspondente da DW, havia um "clima de medo constante" entre os profissionais da emissora, que eram orientados a evitar terminologias consideradas antissemitas, mesmo que isso implicasse a omissão de fatos.

    Um documento de planejamento da DW, citado por ex-funcionários, teria instruído as equipes a priorizar a cobertura dos ataques do Hamas contra Israel, minimizando o impacto humanitário dos bombardeios em Gaza. O texto destacava que, em aniversários da escalada do conflito, "o foco deve ser no ataque terrorista a Israel", enquanto as mortes de mais de 40 mil palestinos eram mencionadas apenas de forma superficial.

    Além disso, e-mails internos revelaram que entrevistas ao vivo com vozes palestinas eram frequentemente descartadas ou gravadas previamente para evitar declarações consideradas "extremas". Segundo Gak, a direção da DW promovia uma liberdade de imprensa "falsa", alinhada às posições oficiais do governo alemão, histórica e abertamente favorável a Israel.

    A Fepal acusa tanto a BBC quanto a DW de adotarem padrões duplos na cobertura de conflitos internacionais. Enquanto crimes de guerra na Ucrânia, atribuídos à Rússia, foram amplamente noticiados como fatos objetivos, as violações israelenses contra os palestinos são frequentemente apresentadas como "alegações".

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