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    Gleisi: testemunha que Moro indicou a Dallagnol confirma que foi procurada pelo MPF

    "Veja confirma que MPF foi atrás das testemunhas indicadas por Moro. Ou seja: o Intercept não inventou nada. A orientação do juiz aconteceu e foi cumprida pela acusação. Os fatos confirmam os diálogos mantidos por Moro com os procuradores", disse presidente do PT, Gleisi Hoffmann, pelo Twitter

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    247 - A deputada Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, avaliou que a reportagem da revista Veja desta sexta-feira, 28, confirma as revelações feitadas pelo The Intercept, de que o então juiz Sérgio Moro orientou o Ministério Público Federal na construção da farsa judicial que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

    "Veja confirma que MPF foi atrás das testemunhas indicadas por Moro. Ou seja: o Intercept não inventou nada. A orientação do juiz aconteceu e foi cumprida pela acusação. Os fatos confirmam os diálogos mantidos por Moro com os procuradores", disse Gleisi pelo Twitter. 

    Leia, abaixo, reportagem do Conjur sobre o assunto:

    Uma das testemunhas citadas pelo ex-juiz Sergio Moro em conversa com o procurador Deltan Dallagnol afirmou à revista Veja, segundo reportagem publicada nesta sexta-feira (28/6), que foi procurada por um membro da "lava jato" em dezembro de 2015.

    Conversas divulgadas pelo site The Intercept Brasil mostram que, em 7 de dezembro de 2015, Moro indicou a Dallagnol uma pessoa que teria informações sobre transferências de imóveis de um dos filhos do ex-presidente Lula.

    Seguindo a orientação de Moro, Dallagnol procurou a testemunha, que não quis prestar depoimento. O procurador, então, sugeriu — com a anuência de Moro — convocá-la com base em "notícia apócrifa", ou seja, uma notícia falsa. 

    A Veja procurou as duas pessoas citadas nessa conversa: a testemunha indicada por Moro e um intermediário que levou a informação até o ex-juiz. A testemunha era Nilton Aparecido Alves, de 57 anos, técnico em contabilidade que tem um escritório no centro de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.

    Segundo a reportagem, ele já foi investigado pelo Ministério Público, acusado de pagar propina a uma organização criminosa que fraudava impostos e teria gerado um prejuízo de R$ 44 milhões ao estado do Mato Grosso do Sul, entre 2015 e 2018. Alves não confirmou se foi contatado pela força-tarefa da "lava jato" ou se tinha informações sobre transações imobiliárias do filho de Lula. "Não sei por que meu nome está nessa história. Alguém deve ter falado alguma coisa errada", disse ao ser abordado pela revista.

    A publicação também procurou a segunda pessoa citada por Moro: o empresário Mário César Neves, dono de um posto de gasolina em Campo Grande. Segundo o ex-juiz, foi Neves quem ouviu a história de Nilton Alves sobre os imóveis do filho de Lula. Ele confirmou que foi procurado por um membro da "lava jato" em dezembro de 2015. "O pessoal do Ministério Público me ligou, não sei mais o nome da pessoa, mas ela queria saber quem era o Nilton, que serviços ele prestava e como poderia encontrá-­lo", disse.

    O empresário também confirmou que passou ao MPF o endereço e o telefone de Alves, mas não entrou em detalhes sobre as possíveis transações imobiliárias do filho de Lula. "Eu soube que o Nilton foi chamado para prestar depoimento logo depois dessa ligação para mim", disse.

    Conversas vazadas

    Desde o começo do mês, mensagens do Telegram atribuídas a Moro e Dallagnol têm sido publicadas pelo Intercept Brasil e outros veículos da imprensa. 

    A reportagem da Veja é mais um indicativo de que Moro orientou o trabalho dos procuradores da "lava jato", o que é proibido por lei. O juiz não pode indicar testemunhas a uma das partes envolvidas no processo. Além disso, mostra como o MPF levava em consideração e seguia as orientações de Moro. 

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