Glenn critica cinismo de Moro e vê mesma tática usada no caso Snowden
O jornalista Glenn Greenwald, do Intercept Brasil, criticou nesta quarta-feira (24) o ministro da Justiça Sergio Moro, que "está tentando cinicamente explorar essas prisões", referindo-se aos "hackers" de Araraquera/Ribeirão Preto; e afirma que Moro tenta usar a mesma tática adotada pelos governos dos EUA e Reino Unido no caso Snowden: "distrair de sua própria má conduta"
247 - Comentando tuíte do editor-executivo do Intercept Brasil, Landro Demori, que escreveu que "a Vaza Jato mostrou que não se deve ter fé cega em investigações promovidas pelo estado", o jornalista Glenn Greenwald reforçou a autenticidade do material publicado e o fato de que Moro, Deltan e Lava Jato cometeram improbidades graves: "nada mudou, e nada nunca vai mudar".
Para Glenn, "Sergio Moro está tentando cinicamente explorar essas prisões para lançar dúvidas sobre a autenticidade do material jornalístico. Mas a evidência que refuta sua tática é muito grande para que isso funcione para qualquer pessoa", e lembra que no dia em que publicaram as primeiras reportagens da Vaza Jato, nem Moro nem Lava Jato negaram a autenticidade do material.
"Eles apenas negaram impropriedades. Foi só mais tarde que eles inventaram essa tática, quando perceberam que seus aliados estavam abandonando-os", aponta.
Além disso, Greenwald diz que depois das primeiras publicações, "a Folha trabalhou 'lado a lado' com a nossa equipe e verificou a autenticidade do arquivo - inclusive comparando os chats dos seus repórteres com os promotores com o original. Como qualquer hacker poderia forjar isso? Obviamente, isso seria impossível".
Com a Veja foi o mesmo. A revista concluiu que "o material é autentico, e contém coisas que um hacker nunca conseguiria forjar, inclusive conversas com seu próprios repórteres", disse.
Para Glenn, Moro tenta usar a mesma tática adotada pelos governos dos EUA e Reino Unido no caso Snowden: "distrair de sua própria má conduta gritando sobre os 'crimes' de Snowden. Ele cometeu crimes? Talvez. Mas isso não mudou o fato de que os documentos eram reais e mostravam crimes graves por parte desses governos", escreve.
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