Glenn Greenwald: “fui censurado e não conseguiria me olhar no espelho se vendesse a minha liberdade de expressão”

247 - O jornalista Glenn Greenwald, responsável por reportagens históricas, como o caso Snowden e a Vaza Jato, explicou, em entrevista aos jornalistas Leonardo Attuch e Tereza Cruvinel, na TV 247, por que deixou o site The Intercept, que ele próprio criou, acusando a publicação de censura. “Eu fui absolutamente censurado”, disse ele, apontando que sua reportagem sobre os negócios da família Biden foi vetada pelo Intercept. “Praticamente todos os editores do Intercept, assim como toda a mídia hegemônica, apoia a candidatura democrata”.

O jornalista, que irá fundar um novo site, disse que seu movimento não se deve a nenhuma motivação de natureza política ou econômica. “Não terei garantia financeira nenhuma. Se meu motivo fosse financeiro, eu ficaria no Intercept, onde estava ganhando muito dinheiro. Minha liberdade de expressão não está à venda. Não conseguiria olhar no espelho se me vendesse”, afirmou.

Ele também falou que é ridículo imaginar que ele apoia Donald Trump. “Como é possível alguém imaginar que eu apoio o Trump?”, questiona. “Eu apoiei Bernie Sanders, Jeremy Corbyn, Alexandra Ocasio-Cortez… Denunciei o impeachment da Dilma. Meu marido está no Psol, eu gosto do Ciro Gomes”, pontuou. “Eu apoiei Bernie Sanders, mas publicaria uma denúncia contra ele se tivesse algo verdadeiro”, afirmou o jornalista.

Glenn disse ainda que uma vitória de Biden tornará Jair Bolsonaro mais fraco. “Eu vou ficar no Brasil para o resto da minha vida. Quero Bolsonaro mais fraco e a derrota de Trump vai enfraquecê-lo. Mas se eu não fizesse a reportagem sobre Biden seria o maior hipócrita do mundo.”

Neste domingo, o Brasil 247 publicará uma segunda reportagem sobre a entrevista de Glenn Greenwald, a respeito de sua visão sobre a eleição dos Estados Unidos. 

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