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Jornalistas da Record na Bahia teriam desviado R$ 500 mil de doações de espectadores, diz revista

Segundo investigações, o repórter Marcelo Castro e o editor-chefe Jamerson Oliveira comandavam um esquema de desvios que funcionou por cinco meses

Apresentador Marcelo Castro (Foto: Reprodução / Record)

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247 - O jornalista baiano Marcelo Castro é apontado por investigações da Polícia Civil como suspeito de desviar dinheiro de doações feitas pela audiência do programa Balanço Geral, da TV Record, para pessoas pobres ou doentes que eram temas de reportagens. Castro é um dos principais nomes da TV Record na Bahia e se tornou popular após coberturas de operações de combate ao tráfico e resgates de sequestros, atingindo 160 mil seguidores no Instagram.

Conforme aponta uma reportagem feita pela revista Piauí, o jornalista estava chamando a atenção para campanhas para crianças e adultos pobres e doentes que precisavam de dinheiro para custear seus tratamentos. No início de 2023, foi ao ar a história de Guilherme, um menino de 1 ano de idade que sofria de um tumor no crânio e outro na barriga. A família precisava arrecadar cerca de R$ 365 mil para arcar com os custos de um remédio, e o Balanço Geral divulgou o caso e o número de uma chave Pix para as doações.

A audiência conseguiu arrecadar quase R$ 110 mil, e o jogador de futebol Anderson Talisca, do Al-Nassr, entrou em contato com a emissora para arcar com os custos de uma ampola de remédio orçada em R$ 73 mil. No entanto, uma situação suspeita chamou a atenção do jogador: Marcelo Castro teria passado uma chave Pix diferente do que aparecia na transmissão da TV, segundo o delegado Charles Leão, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Estelionato Por Meio Eletrônico, a DreofCiber.

A direção da Record constatou que a chave Pix divulgada ao vivo pertencia a um barbeiro, que não tinha relação formal com o programa, e que apenas R$ 40 mil do valor total arrecadado chegou à família da criança, que acabou falecendo dias depois do apelo feito na TV. As investigações apontaram que R$ 27 mil teriam ido para o bolso de Castro, distribuídos de maneira pulverizada, uma parte por boleto bancário pago pelo barbeiro e outras por transferências diretas, em movimentações feitas pelo motorista de aplicativo Lucas Costa Santos e pelo editor-chefe do programa Jamerson Oliveira.

O relatório final da investigação apontou que Marcelo Castro e Jamerson Oliveira comandariam um esquema criminoso, que desviou mais de 500 mil reais em doações, entre setembro de 2022 a fevereiro de 2023. Ao todo, foram 13 casos de famílias que tiveram seus dramas televisionados, mas cujas doações teriam sido desviadas pelos jornalistas.

Procurado pela revista Piauí para falar sobre o caso, Castro respondeu: “se meu nome for citado irei processar você e a revista Piauí”. Jamerson Oliveira deu uma resposta semelhante: “oi, se meu nome for citado, irei processar você e o veículo”. Ambos indicaram o advogado Marcus Rodrigues, que representa a dupla, para dar resposta. Ele, no entanto, afirmou: “não posso falar de algo que se encontra em sigilo procedimental”. Já Lucas Costa Santos, que seria o “operador do esquema”, não foi localizado.

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