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    Miriam Leitão detona Moro e diz que ele jamais poderia servir a Bolsonaro depois de prender Lula

    Entusiasta da Lava Jato, a jornalista Miriam Leitão reconheceu pela primeira vez que a operação se deixou contaminar pela política. "Moro deveria saber, mas não soube, que como foi da caneta dele que saiu a sentença que acabou afastando o candidato que estava em primeiro lugar nas pesquisas, ele jamais poderia ir trabalhar com o que estava em segundo e acabou beneficiado, vencendo a eleição", aponta

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    247 – A jornalista Miriam Leitão finalmente reconheceu que houve uso político da Lava Jato e que essa percepção se fortaleceu depois que Sergio Moro, que determinou o resultado da eleição presidencial de 2018 ao prender o ex-presidente Lula, favorito absoluto em todas as pesquisas, decidiu trabalhar para Jair Bolsonaro – que, diz ela, está longe de ser um modelo de ética na vida pública.

    "O pior erro cometido pela Lava-Jato foi deixar-se usar politicamente e parecer bolsonarista. Isso foi ótimo para o grupo que chegou ao Planalto, mas prejudicial aos objetivos da operação. O movimento anticorrupção é amplo, e o presidente Jair Bolsonaro não é um modelo de ética. A manipulação política ficou mais fácil quando o juiz Sergio Moro tirou a toga e foi para o Ministério da Justiça", diz ela, em sua coluna.

    "Moro deveria saber, mas não soube, que como foi da caneta dele que saiu a sentença que acabou afastando o candidato que estava em primeiro lugar nas pesquisas, ele jamais poderia ir trabalhar com o que estava em segundo e acabou beneficiado, vencendo a eleição. Desde que assumiu, só se enfraqueceu", afirma ainda a jornalista.

    Na sequência do artigo, ela deixa claro que Moro a cada dia se vê obrigado a defender um governo extremamente corrupto. "Quando Moro assumiu, disse que estava cansado de levar bola nas costas. É o que mais tem feito atualmente. Se foi para o governo de olho numa vaga no STF, calculou errado: o tempo de espera é longo e para ele ter o prêmio terá que sempre fechar os olhos para os inúmeros fatos que antes condenava: o laranjal do ministro do Turismo, a rachadinha no gabinete do filho do presidente, as inúmeras vezes em que o presidente feriu o princípio da impessoalidade. Para Bolsonaro, tudo é pessoal. Todas as decisões que toma, ele mesmo anuncia que têm razões pessoais: do filé mignon para os filhos ao ataque aos jornais. Para quem, como Moro, fez uma carreira combatendo a improbidade administrativa fica incoerente. Para dizer o mínimo", afirma a jornalista.

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