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Musk financiou organização de extrema-direita antes de apoiar Trump, revelam fontes

Contribuições secretas impulsionaram grupo que propaga fake news e apoia causas extremistas

Trump e Musk são vistos juntos em Cape Canaveral (Foto: REUTERS/Jonathan Ernst)

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Reuters – Elon Musk, o bilionário por trás de empresas como Tesla e SpaceX, financiou secretamente uma organização conservadora, revelaram quatro fontes familiarizadas com as doações. A descoberta ilustra o apoio financeiro de Musk a causas de direita, anos antes de declarar publicamente seu apoio à candidatura de Donald Trump para a reeleição.

Duas dessas fontes informaram que as doações de Musk para a organização Building America's Future começaram por volta de 2022. Uma delas, juntamente com uma terceira fonte, afirmou que as contribuições foram de milhões de dólares, dando um impulso significativo ao grupo, cujas campanhas publicitárias e nas redes sociais criticaram duramente o governo de Joe Biden. “Esse tipo de financiamento demonstra um claro alinhamento com políticas conservadoras,” afirmou uma das fontes.

O grupo Building America's Future, classificado como uma organização sem fins lucrativos 501(c)(4), não é obrigado por lei a divulgar seus financiadores, sendo comumente chamado de grupo de "dinheiro escuro". Apesar de não poder financiar campanhas eleitorais, a organização pode promover causas políticas, uma brecha frequentemente usada por operativos de ambos os partidos para mascarar as origens de campanhas de influência política.

Segundo fontes próximas à organização, as doações de Musk foram mantidas em sigilo absoluto. "Ele sempre foi muito discreto em relação a suas contribuições financeiras," disse uma das pessoas com conhecimento do caso. O grupo, cujas receitas aumentaram de US$ 11 milhões em 2021 para US$ 53 milhões em 2022, concentrou parte de seus esforços em temas polêmicos, como a imigração ilegal, um tópico que Musk frequentemente aborda em suas redes sociais.

Nos últimos dois anos, o Building America's Future lançou campanhas contra a vice-presidente Kamala Harris, acusando-a de “liderar uma invasão” de imigrantes pela fronteira do México e colocando “ilegais em primeiro lugar”. O grupo também investiu US$ 10 milhões em uma campanha publicitária que buscava diminuir o apoio da população negra a Harris, criticando o esforço da Casa Branca para banir cigarros mentolados.

Musk, que anteriormente se mostrou cauteloso em demonstrar apoio a qualquer um dos principais partidos políticos dos EUA, foi se inclinando cada vez mais à direita. Em postagens recentes na rede social X (antigo Twitter), ele compartilhou teorias conspiratórias sobre imigração e afirmou que os Estados Unidos enfrentam uma possível "guerra civil". A relação de Musk com o ex-presidente Donald Trump também se fortaleceu. Trump, inclusive, chegou a sugerir que, caso reeleito, Musk poderia liderar uma comissão de eficiência governamental.

O financiamento de Musk ao America PAC, um comitê de ação política que busca apoiar eleitores esporádicos a votarem em Trump, também foi reportado recentemente. Embora o valor exato de suas contribuições seja desconhecido, o grupo já gastou US$ 77 milhões em campanhas, segundo registros eleitorais.

Com o apoio de figuras como Generra Peck, ex-gerente de campanha do governador da Flórida Ron DeSantis, o America PAC tem sido parte de uma crescente rede de influência conservadora, na qual Musk se tornou uma peça fundamental. Até o momento, nem Musk nem seus representantes comentaram publicamente sobre as doações, mantendo um ar de mistério sobre o envolvimento do empresário em campanhas políticas.

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