Nassif vê conspiração militar contra Gonçalves Dias e propõe Celso Amorim no comando do GSI
Jornalista afirma que o vídeo que resultou na demissão de G. Dias "foi plantado" e diz que descobrir quem o vazou é peça fundamental para desvendar os reais interesses com a crise
247 - O jornalista Luis Nassif, em artigo publicado no GGN nesta quinta-feira (20), aponta indícios de uma conspiração militar contra o agora ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Gonçalves Dias. Para ele, o vídeo que mostra G. Dias entre os terroristas bolsonaristas que invadiram o Palácio do Planalto no último 8 de janeiro “foi plantado”, mas “a CNN exibiu como se fosse furo de reportagem”.
A pergunta central sobre o caso, segundo o jornalista, é: quem vazou o material? Ele ainda aponta que as imagens “estavam disponíveis desde o dia 8 de janeiro. Qual a razão de serem divulgados apenas ontem?”.
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“Há um conjunto de coincidências, que sugerem uma ação articulada: 1) as invasões de escolas, com jovens desequilibrados sendo estimulados a assassinar alunos; 2) a convocação do ex-chefe da Abin, general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI pela Assembléia Distrital do DF; 3) a visita de Lula à China e suas declarações de aproximação com China e Rússia”, descreve Nassif, para quem a ação contra G. Dias teve como objetivo colocar o GSI sob o comando do Exército. “O Ministro do GSI precisa ser um oficial general de última patente, da ativa ou da reserva. E o 02, o vice-ministro, é sempre um general indicado pelo comando do Exército, de acordo com uma fila. Saindo o general Gonçalves Dias – da confiança de Lula – o Exército passa a comandar o GSI. Não resta dúvida de quem vazou as imagens teve a intenção de colocar o GSI nas mãos do Exército”.
Para Nassif, as explicações dadas pelo general sobre sua aparição no vídeo “são verossímeis”: “foi até o 3º andar, onde fica o gabinete do presidente, e convenceu os manifestantes a descerem até o 2º. andar, onde estava armado o alçapão para prender os invasores”.
Como saída para o governo Lula (PT), o jornalista aponta dois caminhos e sugere o nome do ex-chanceler e conselheiro do presidente para assuntos internacionais, Celso Amorim, para chefiar o GSI. “O governo tem duas alternativas: retirar a medida provisória que está em tramitação para extinguir o GSI. Ou, alterar o decreto lei que define que o GSI precisa ser comandado por um general. Se for por decreto, é mais fácil. Poderia ser um decreto lei definindo que o comando do GSI ficasse com um oficial general ou um diplomata de último posto, na ativa ou aposentado. Haveria um equilíbrio entre civil e militar. Poderia ser indicado Celso Amorim, por exemplo, como GSI ou Assessor de Segurança Nacional, como é em outros países”.
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