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    New York Times destaca ação da PF contra Bolsonaro, 'acusado de tentativa de golpe'

    Operação da PF que teve Jair Bolsonaro, militares e aliados próximos ganhou destaque na mídia internacional

    Jair Bolsonaro | Manchete do New York Times (Foto: REUTERS/Bernadett Szabo | Reprodução)

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    247 - A operação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta-feira (8), que teve como alvos Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, ganhou destaque na mídia internacional. O jornal estadunidense The New York Times publicou a notícia com o título “Polícia brasileira acusa Bolsonaro e aliados de tentativa de golpe”.

    A reportagem destaca que o ex-mandatário “supervisionou uma ampla conspiração para manter o poder independentemente dos resultados das eleições de 2022, incluindo editar pessoalmente uma proposta de minuta de um decreto para prender um juiz do Supremo Tribunal e convocar novas eleições”. 

    O NYT ressalta que os “esforços” de Jair Bolsonaro “incluíram a disseminação de desinformação sobre fraude eleitoral, a elaboração de argumentos jurídicos para novas eleições, o recrutamento de militares para apoiar um golpe, a vigilância de juízes e o incentivo e orientação de manifestantes que eventualmente invadiram edifícios governamentais”. O texto também destaca que Bolsonaro foi  “obrigado a entregar seu passaporte, permanecer no país e não ter contato com outras pessoas sob investigação”. 

    A agência de notícias Reuters publicou uma reportagem sobre a ação da PF  intitulada "Polícia brasileira visa aliados de Bolsonaro em investigação de tentativa de golpe". A matéria destaca que os alvos da operação são acusados "de participar de uma organização criminosa que atuou em uma tentativa de golpe de Estado que visava manter o então presidente da República no poder".

    O jornal Clarín, da Argentina, estampou o caso com o título "Operação no Brasil contra militares e ex-ministros de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado”. A reportagem relata que Bolsonaro teve o seu passaporte apreendido e que os investigados construíram uma narrativa para semear dúvidas sobre o resultado das eleições através de fake news sobre as urnas eletrônicas utilizadas nas eleições com o objetivo de minar a credibilidade do sistema eleitoral. 

    A  estadunidense CNN destacou em uma reportagem intitulada “Ex-presidente do Brasil, Bolsonaro é investigado por tentativa de golpe” o comunicado da PF afirmando que “a investigação descobriu provas de esforços coordenados para construir uma narrativa de que foi cometida fraude nas eleições presidenciais de 2022 ‘a fim de permitir e legitimar uma intervenção militar’”.

    Nota da Polícia Federal – A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (8/2) a Operação Tempus Veritatis para apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.

    Estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas. Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

    Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

    O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.

    O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

    O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.

    Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

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