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    "O esforço de Lula é inútil: o sonho das classes dominantes é destruir o PT", diz jornalista

    Pedro Marin critica a "infantil crença de que as classes dominantes se preocupam com a democracia": na prática, as elites brasileiras continuam buscando a destruição do PT

    (Foto: ABR | Divulgação)

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    247 - Em análise sobre a trajetória histórica do Partido dos Trabalhadores (PT) e sua posição no atual cenário político brasileiro, Pedro Marin, editor-chefe da Revista Opera, argumenta que o esforço do presidente Lula (PT) em construir uma frente ampla e dialogar com as classes dominantes é, na melhor das hipóteses, inútil. Marin traça uma linha histórica que evidencia como, desde a formação do Brasil, as elites têm consistentemente atuado para restringir a participação política popular, moldando um país onde o "espírito não pôde se manifestar na arena política".

    Marin pontua que essa baixa participação política não é acidental, mas sim um projeto deliberado das elites. "Não é nas qualidades ou defeitos do povo que está a razão do nosso atraso, mas nas características de nossas classes dominantes", cita o jornalista, remetendo-se ao pensamento de Darcy Ribeiro. Essa estratégia permitiu às elites construir um sistema que perpetua sua própria riqueza e poder, às custas de um povo mantido "faminto, chucro e feio".

    O surgimento de partidos de massa e com vocação nacional no Brasil foi sempre uma ameaça às elites dominantes, sendo tolerado apenas por breves períodos. Marin menciona o Partido Comunista, fundado em 1922, como o primeiro a romper com a tradição de partidos regionais e elitistas, mas observa que ele passou a maior parte de sua existência na ilegalidade. Somente após a ditadura militar de 1964, com a redemocratização, partidos como o PT puderam emergir e crescer, ganhando ampla base de apoio popular.

    No entanto, Marin destaca que, mesmo com sua forte base e identidade partidária, o PT tem sido alvo de ataques contínuos. Ele afirma que "a tentativa de destruição do PT levou não só à sua derrota momentânea, mas também à destruição da oposição que a organizara", referindo-se ao colapso de partidos como PSDB e MDB após o golpe de 2016.

    Hoje, o governo de Lula enfrenta um desafio semelhante, mas com uma nova dinâmica. Marin critica a crença ingênua de que as classes dominantes estão comprometidas com a democracia. "O governo Lula III parece ter se inaugurado sob a infantil crença de que as classes dominantes também se preocupam com a democracia", escreve ele, alertando que, na prática, as elites brasileiras continuam a buscar a destruição do PT.

    Leia a íntegra na Revista Opera.

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