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    Sakamoto: em qualquer outro país, as denúncias de interferência no Enem seriam escândalo sem precedentes

    "Em qualquer outro país do mundo, isso seria um escândalo sem precedentes porque uma prova como essa é utilizada para a seleção desses estudantes pro ensino superior, Isso é sério", disse o jornalista Leonardo Sakamoto

    (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Reprodução)
    Juca Simonard avatar
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    247 - O jornalista Leonardo Sakamoto, no Uol, disse que, “em qualquer outro país do mundo”, as denúncias de ex-funcionários contra o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Danilo Dupas, “seria um escândalo sem precedentes”.

    Ele comentou sobre a investigação aberta pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para apurar as denúncias dos servidores, que acusam Dupas de interferir na elaboração da prova do Enem para agradar Jair Bolsonaro.

    De acordo com Sakamoto, os ex-funcionários do órgão fizeram certo ao denunciar, pois "temos hoje milhões de pessoas que estão indo fazer um exame com a percepção de que o governo do país está mexendo na prova para deixá-la mais de acordo com o que eles acreditam”.

    Segundo o jornalista, “isso tem que ser investigado, não apenas pelo TCU, como também pela Justiça”.

    "Em qualquer outro país do mundo, isso seria um escândalo sem precedentes porque uma prova como essa é utilizada para a seleção desses estudantes pro ensino superior, Isso é sério", completou o jornalista.

    Para ela, “é um escândalo” Bolsonaro dizer que a prova está ficando com "a cara do governo", pois o chefe do Executivo teria reconhecido seu envolvimento para interferir na prova. "É um escândalo essa frase. É ele reconhecendo publicamente que está 'ficando com a cara [do governo]' porque está botando a mão dele no meio", destacou.

    "Daqui o pouco o presidente vai fazer o que? Pedir para trocar pandemia por gripezinha? Fome por dieta? Inflação alta para 'aumentinho' de preços?", questionou Sakamoto ao lembrar que Bolsonaro mandou trocar no Enem a expressão "golpe de 64" pela denominação "revolução", usada por militares.

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