“Tenho orgulho de militar contra o sionismo”, diz Breno Altman, após censura imposta pela Conib
Jornalista diz que a história da Conib "é repleta de manobras e artimanhas para defender os crimes praticados pelo regime que representa"
247 - O editor do Opera Mundi, o jornalista Breno Altman, reagiu à decisão judicial favorável à Confederação Israelita do Brasil (Conib) censurando suas postagens em redes sociais com denúncias sobre o genocídio em Gaza e os crimes de guerra praticados por Israel.
Segundo o jornalista, “o comportamento dessa entidade é previsível. Sua história é repleta de manobras e artimanhas para defender os crimes praticados pelo regime que representa. Também são notórios seus vínculos com a extrema direita brasileira, com a qual partilha os piores valores antidemocráticos”.
Breno Altman no X - Soube pela imprensa que a CONIB (Confederação Israelita do Brasil) teria obtido medida liminar determinando a retirada de algumas das minhas postagens em redes sociais, sob o risco de ser multado.
A alegação dessa agência do Estado sionista é que meus textos seriam “racistas”, por sua suposta natureza antissemita. De forma cautelar, sem apreciação de mérito, um juiz paulista teria acatado parcialmente as demandas apresentadas.
O comportamento dessa entidade é previsível. Sua história é repleta de manobras e artimanhas para defender os crimes praticados pelo regime que representa. Também são notórios seus vínculos com a extrema direita brasileira, com a qual partilha os piores valores antidemocráticos.
A CONIB, ao buscar me censurar, volta-se contra a liberdade de expressão e de imprensa, revelando as entranhas do autoritarismo típico da doutrina que professa. O sionismo, uma das mais brutais correntes chauvinistas de nosso tempo, persegue implacavelmente quem denuncia as práticas genocidas e de lesa-humanidade cometidas por Israel, tentando condenar seus críticos ao silêncio e à invisibilidade. >>> Conib ataca Breno Altman, um judeu que denuncia os crimes do estado de Israel
Para disfarçar suas intenções, os dirigentes dessa organização recorrem a uma mentira surrada, a da equivalência entre antissionismo e antissemitismo.
Antissemitismo é o ódio contra os judeus, que encontrou seu apogeu com o Holocausto, no qual morreram dezenas de meus familiares, entre milhões assassinados pela bestialidade nazista, esmagada pelo Exército Vermelho e a luta dos povos em 1945.
Antissionismo é a repulsa contra uma ideologia racista e colonial que envergonha a tradição humanista do judaísmo, manchando-a com o sangue das crianças executadas na Faixa de Gaza. São muitos os judeus antissionistas, como é o meu caso, comprometidos em combater o regime de apartheid construído pela liderança israelense, assim reconhecido por organizações de direitos humanos e pela resolução 3379 da Assembleia Geral das Nações Unidas, vigente de 1975 a 1991, que identificava o sionismo com forma de discriminação racial.
Tenho orgulho de pertencer à militância contra o sionismo, ocupando a mesma trincheira escolhida por meus ancestrais há três gerações. Ameaças e arroubos ditatoriais da CONIB apenas reforçam a minha convicção sobre o papel que devo continuar a cumprir, ao lado de muitas outras pessoas, companheiros e coletivos.
Acusar-me de antissemita é apenas um discurso sórdido e falso, que não consegue ocultar a aliança entre o sionismo e os neofascistas da atualidade (como o primeiro-ministro de Israel, o ex-presidente do Brasil e o recém-eleito presidente da Argentina).
Tomarei as medidas judiciais cabíveis. E multiplicarei todos os esforços, em todos os espaços e momentos, para ajudar a desmascarar o regime sionista e ampliar o trabalho de solidariedade com o heroico povo palestino.
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