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    "Voto do Brasil na ONU foi uma decisão muito grave", diz Breno Altman

    Resolução apoiada pelo Brasil é “anti-Rússia”, e “não pela paz”. Além disso, ignora que Moscou agiu em autodefesa mediante o avanço da Otan, diz o jornalista

    Breno Altman e Lula (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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    247 - O jornalista Breno Altman criticou o voto do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU) a favor da resolução contra a Rússia pela guerra na Ucrânia: “a decisão do Brasil de votar favoravelmente à resolução capitaneada pela União Europeia e endossada pelos Estados Unidos é muito grave e tem uma relevância que deve ser acompanhada”, disse à TV 247.

    Para ele, a resolução aprovada com o apoio do Brasil nesta quinta-feira (23) “é a mesma resolução de sempre, que atribui exclusivamente à Rússia todas as responsabilidades pela guerra da Ucrânia”. O texto não leva em consideração que a Rússia agiu em autodefesa diante da expansão da Otan rumo ao Leste Europeu, argumenta o jornalista.

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    “Se um ladrão entrar na casa de um de nós com uma faca nas mãos ameaçando matar nossos filhos; você está armado, em condições de se defender, e você dá um tiro nesse ladrão em autodefesa. Mas você matou o ladrão. A resolução, que tradicionalmente é aprovada desde 24 de fevereiro do ano passado, é como se você desse a essa situação imaginária que eu citei a seguinte sentença: a culpa é de quem exerceu a autodefesa e matou o ladrão. Todos os antecedentes que levaram àquela situação foram ignorados. A resolução que a ONU tem aprovado desde o início da guerra é com este teor: a responsabilidade é exclusiva da Rússia”, exemplificou.

    Altman declarou que a nova resolução apenas incluiu um trecho defendido pelo Brasil para conquistar o apoio do país e de outras nações. “O que fez a União Europeia como uma manobra para atrair alguns países da América do Sul, e particularmente o Brasil? Fez um enxerto falando da necessidade de buscar uma paz ‘justa, duradoura e sustentável’, que é uma parte do discurso do presidente Lula. No entanto, esse enxerto não tem qualquer conexão com um esforço sério de buscar a paz, porque para esta resolução da ONU essa paz ‘justa, duradoura e sustentável’ seria resolvida a partir do momento em que a Rússia se retirasse de todos os territórios internacionalmente reconhecidos da Ucrânia, incluindo suas águas territoriais, incluindo a Crimeia. Ou seja, a paz - na resolução - está associada à capitulação russa, à derrota militar da Rússia. E o Brasil, surpreendentemente, resolveu votar a favor desta resolução, que é uma resolução anti-Rússia, não pela paz”.

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