A "Françafrique" colapsa. Senegal e Costa do Marfim anunciam expulsão de tropas estrangeiras
Medida segue decisões semelhantes de países como Níger, Burkina Faso, Mali, Gabão e Chade, ex-colônias francesas
247 - O presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, confirmou que o país pretende eliminar toda presença militar estrangeira a partir de 2025.
Anteriormente, Faye havia anunciado o fim da presença militar francesa, mas sem especificar um cronograma.
“Instruí o ministro das Forças Armadas a propor uma nova doutrina de cooperação em defesa e segurança, que implicará o fim de qualquer presença militar estrangeira no Senegal a partir de 2025”, declarou o presidente em um discurso à nação, conforme citado pela agência APS nesta terça-feira (31).
Em janeiro passado, a mídia francesa relatou que a França planeja reduzir significativamente seus contingentes militares no Gabão, Senegal e Costa do Marfim. Segundo os planos divulgados, o número de militares franceses nas capitais desses países pode ser reduzido para cerca de cem em cada uma das três cidades, onde desempenhariam principalmente funções de apoio.
Nesse sentido, o presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, durante seu discurso de Ano Novo à nação, anunciou a nacionalização de uma base militar francesa.
“A base militar de Port-Bouët, anteriormente ocupada pelo 43º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais (BIMA), será transferida para as Forças Armadas da Costa do Marfim e renomeada como ‘Campo General do Corpo de Exército Ouattara Thomas d'Aquin’ a partir de janeiro de 2025”, anunciou, conforme citado pela Sputnik.
Os dois países estavam entre os poucos lugares restantes no continente africano onde Paris ainda exercia influência significativa.
Além disso, o Ministério das Relações Exteriores do Chade anunciou, em 28 de novembro, o encerramento da cooperação em defesa com a França. O ministro das Relações Exteriores, Abderaman Koulamallah, afirmou em entrevista ao Le Monde que a França deveria retirar seu contingente militar do país.
Em 2022, os militares franceses, que estavam presentes na região do Sahel na África desde 2014 como parte da Operação Barkhane de "combate ao terrorismo", foram forçados a deixar o Mali. Em 2023, a França também retirou suas tropas de Burkina Faso e do Níger a pedido das novas autoridades nacionalistas nesses países. Os recentes levantes militares nesses países demonstram a vontade de romper com décadas de influência do colonialismo gaulês — não apenas nas áreas de defesa, língua e cultura, como também na economia e política.
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