Ameaças tarifárias de Trump aprofundam desconfiança e impulsionam novas alianças na América Latina e na UE

247 - As ameaças tarifárias do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, têm aumentado a desconfiança em relação ao país e devem levar lideranças latino-americanas, europeias e chinesas a buscar novas estratégias de alianças. 

O ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, destacou a necessidade de o Brasil fortalecer os laços com a União Europeia e a China, em meio às tensões comerciais com os EUA.

“O Brasil tem que manter relações com a União Europeia, com quem acabamos de firmar um acordo por meio do Mercosul. Temos que tratar de implementar este acordo. Um acordo histórico, compondo o maior bloco econômico do planeta”, enfatizou Haddad em entrevista à Rede TV! nesta quinta-feira (30).

Sobre a China, o ministro ressaltou a forte aproximação entre os dois países. “É o nosso principal importador de produtos brasileiros. Temos protocolos muito sólidos com a China de intercâmbio e aproximação comercial”, afirmou.

As declarações de Haddad ocorrem no contexto das ameaças de Trump de impor tarifas de até 100% sobre os países membros do Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – caso o grupo avance no projeto de desdolarização de suas economias.

Especialistas avaliam que o momento é propício para a China ampliar sua influência e investimentos. Atualmente, o país asiático é o principal parceiro comercial da América do Sul e o segundo maior da América Latina, atrás apenas dos Estados Unidos.

Nesse cenário, Olli Rehn, dirigente do Banco Central Europeu (BCE), defendeu nesta sexta-feira (31) que a União Europeia (UE) acelere acordos de livre comércio para enfrentar as medidas protecionistas de Trump. 

Rehn destacou que negociações semelhantes estão em andamento com a Austrália, a Índia e a Indonésia.